1 - O Estilo Ideal

Em 1970, o canadense William J. Reddin publica o livro Eficácia Gerencial, em que utiliza uma estrutura conceitual semelhante ao grid gerencial, buscando um ponto em comum nas pesquisas de Harvard, Michigan e Ohio. Afirma que os elementos que melhor apreendem essa linha comum de pesquisa são:


(1) orientação para tarefa, grau em que o gerente dirige seus esforços e os dos subordinados;
(2) orientação para relações, grau no qual um gerente desenvolve as relações pessoais no trabalho.

Nada obstante à semelhança do ponto de partida, Reddin chega a uma conclusão oposta à do grid no que se refere ao melhor estilo. Para ele, "não existe um estilo ideal, que possa ser utilizado eficazmente em todas as situações".

Apesar de não serem citados nominalmente, pode-se inferir que Reddin critica aqueles teóricos que indicaram uma maneira correta, ou uma "melhor maneira" de gerenciar. Sua crítica se estende desde autores mais antigos, que indicavam a função do líder, como a de estabelecer e fazer cumprir critérios de desempenho para atender ao objetivo da organização (como Taylor), ou outros que sugeriam ser o líder o facilitador do trabalho do grupo, enfatizando seu crescimento e desenvolvimento pessoal (como Elton Mayo), até autores mais contemporâneos, que, mantendo a tradição clássica, costumam classificar os líderes em autoritários, mais diretivos e voltados para a tarefa, e democráticos, menos diretivos e voltados para o relacionamento humano. Dentre estes últimos, destacam-se McGregor e Likert.

Douglas McGregor defende que o estilo adotado pelos gerentes baseia-se na suposição que eles têm sobre sua fonte de poder e da natureza humana. O estilo autoritário é normalmente apoiado na crença de que o poder depende da posição ocupada e de que as pessoas são geralmente preguiçosas e irresponsáveis. Esta visão corresponde ao que chamou de Teoria X. Por outro lado, o estilo democrático baseia-se na crença de que as pessoas gostam de trabalhar e são criativas quando adequadamente motivadas. Esta crença corresponde ao que denominou Teoria Y. Entre as duas teorias, fica clara a preferência de McGregor pelo estilo gerencial, baseado na Teoria Y.

Rensis Likert, partindo dos estudos de Michigan, realizou pesquisa nos Estados Unidos para identificar o estilo de gerência utilizado pelos gerentes de alta produção. Constatou que os supervisores, "concentrados nos empregados" (portanto, democráticos), administravam seções com produção mais elevada do que os supervisores "concentrados no trabalho". Concluiu que, em geral, o comportamento de líder mais produtivo é o democrático com supervisão genérica. Esta visão vem a ser corroborada pela teoria dos quatro sistemas administrativos de Likert.



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