Permanece, entretanto, a questão de como colocar tamanha complexidade em prática. Hersey & Blanchard desenvolvem estudos para identificar a variável situacional chave e, como o resultado, reduzem todas as variáveis a uma só, que consideram fundamental: o relacionamento entre o líder e o subordinado. Argumentam que tal conclusão utilizou como dados básicos "as percepções e observações feitas pelos administradores no seu próprio ambiente". Essas observações são confirmadas por Fillmore H. Sanford, quando disse haver certa justificação para considerar os liderados "como o fator crucial de qualquer processo de liderança". Não só porque individualmente aceitam ou rejeitam o líder, mas porque como grupo efetivamente determinam o poder pessoal que o líder possa ter.

Assim, a Liderança Situacional está baseada na inter-relação entre:


(1) a quantidade de orientação e direção que o líder oferece;
(2) a quantidade de apoio sócioemocional fornecido;
(3) o nível de prontidão ou maturidade dos subordinados no desempenho de uma tarefa.

Hersey & Blanchard explicam que esse conceito foi desenvolvido para ajudar as pessoas que tentam exercer a liderança a serem mais eficazes em suas interações, compreendendo melhor a relação entre o estilo de liderança e o nível de maturidade dos liderados.

A ideia da maturidade foi examinada por estudiosos tais como Binet, Freud, Thorndike, Overstreet, Piaget, Chris Argyris. Em todos eles, está presente a ideia de que a tarefa psicológica própria do homem é passar da imaturidade para a maturidade, e que este amadurecimento não se processa automaticamente no mesmo ritmo do crescimento físico. Chris Argyris enumera sete tendências evolutivas no ser humano para que se transforme em pessoa madura:

  • tende a evoluir de um estado de passividade, quando criança, para um estado de crescente atividade, quando adulto;
  • tende a passar de um estado de dependência, quando criança, para um estado de relativa independência, quando adulto;
  • tende a se comportar de poucas maneiras, como criança, para ser capaz de se conduzir de diversas maneiras, como adulto;
  • tende a eliminar interesses caprichosos e superficiais, próprios da criança, passando a desenvolver interesses profundos e intensos, quando adulto;
  • tende a mudar de apenas uma perspectiva de curto prazo, incluindo apenas o presente, quando criança, para uma perspectiva mais ampla, incluindo passado e futuro, quando adulto;
  • tende a evoluir de uma posição de subordinado de todo mundo, quando criança, passando a desejar uma posição igual ou superior a seus semelhantes, quando adulto;
  • tende a desenvolver-se de um estado em que não tem consciência de si mesmo, quando criança, para um estado em que já tem conhecimento e controle de si próprio, quando adulto.


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