| Tenho
observado, de uns tempos para cá, o comportamento exacerbado
e competitivo ao extremo de muitos jovens no ambiente de trabalho.
Há quem argumente que esse modo de ser -ansioso, aflito,
às vezes até agressivo- é fruto inevitável
dos tempos atuais. Se isso é verdade, precisamos encontrar
formas para contê-lo, evitando, assim, que o ambiente na
empresa degenere em carreirismos e conflitos de egos. A melhor
forma para se combater este fenômeno está no reforço
à prática da parceria, na valorização
do trabalho em equipe e na convergência de todos para servir
ao cliente, pois é nele que está o poder e a hierarquia.
As disputas internas não levam a nada porque os resultados
estão sempre fora da empresa.
Profissionais jovens e ambiciosos precisam demonstrar, antes,
o amadurecimento necessário para que possam assumir posições
de liderança no futuro.
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Muitos
não se dão conta disso. O indivíduo demonstra
ter maturidade, tanto pessoal quanto profissional, quando conjuga
senso crítico e sabedoria - que são características
de quem se predispõe a adquiri-las. Quem almeja a posição
de líder só a terá se demonstrar as aptidões
para isso ainda enquanto for um liderado. Como esta pessoa se
comporta quando está nessa condição? É
respondendo a tal questão que se descobre como ela agirá
no momento em que assumir a liderança.
A construção de um plano de vida e carreira passa
pela coerência e pela consistência de atitudes que
legitimam a aspiração do subordinado de chegar a
dirigente. Pressa e atropelos na ânsia de galgar postos
impedirão o indivíduo de extrair de cada função
que exercer a soma de ensinamentos que esta pode lhe proporcionar.
Empatia, enfoque na contribuição, discernimento
e lealdade são condições para uma relação
positiva entre o líder e seus liderados.
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Mas
isto só dá certo quando estes últimos agem
conforme deles se espera, e o líder, principalmente se
recém-chegado a essa posição, é capaz
de assumir com serenidade as responsabilidades que lhe cabem sem
precisar provar o tempo todo do que é capaz, nem usar continuamente
a autoridade que tem. Se age dessa maneira, é porque sua
liderança já se esvaiu. A convivência nas
empresas se dá sempre entre três gerações-jovens
de talento, executivos maduros e os mais idosos e experientes,
cujo papel primordial é educar. Para ser produtiva, essa
convivência tem que ser harmoniosa e, para que haja harmonia,
o diálogo entre elas precisa ser aberto, fluido e permanente,
pautado pela humildade, disciplina, respeito e confiança.
Quando isso acontece, todos ganham. |