d) Alcoolismo

O uso da bebida alcoólica é um hábito antigo na existência humana, o álcool sempre apareceu nos rituais humanos religiosos, sociais e mesmo nos rituais bélicos.

Atualmente, estima-se que 10% das mulheres e 20% dos homens façam uso abusivo do álcool. Esses percentuais tendem a aumentar porque, a cada dia, pessoas mais jovens lançam mão do álcool como forma de diversão e entretenimento.

Sabe-se que o álcool é responsável por 50% dos casos de morte em acidentes automobilísticos, 50% dos homicídios e 25% dos suicídios.

Muitos acidentes de trabalho também ocorrem por causa do uso abusivo do álcool, por parte de operadores de máquina. Segundo o Ministério do Trabalho, vários acidentes na construção civil, como queda de andaimes, acidentes que podem levar a perda de membros, etc. estão relacionados ao uso inadequado de equipamentos, a problemas de ordem neurológica, mas também ao uso abusivo do álcool.

Detectar a dependência alcoólica é difícil, porque o álcool é livremente consumido em nossa sociedade. Além disso, as próprias pessoas recusam-se a aceitar sua condição de dependente. A maioria deles quando chegam ao estágio de aceitação da doença já tiveram perdas substanciais em sua vida, como emprego, família, autoestima, entre outros. O álcool traz consequências físicas e psicológicas para quem o consome de forma excessiva.

Entre as consequências físicas, citam-se:
- comprometimento do aparelho gastrintestinal na forma de gastrite, úlcera, pancreatite, inflamação do esôfago e lesões no fígado, que, muitas vezes, pode levar à cirrose letal;
- comprometimento de outros órgãos, como o coração, em decorrência de pressão arterial elevada, que facilita o enfarto do miocárdio;
- surgimento de quadros de impotência sexual pelo comprometimento do sistema geniturinário;
- aparecimento de quadros neurológicos como lesões dos nervos periféricos e a epilepsia.

Entre as consequências físicas deve ser apontada a síndrome da abstinência, que é o estado de interrupção ou redução abrupta da quantidade de álcool ingerida.

Situações mais graves sofrem as gestantes dependentes, que podem gerar fetos com má formação no coração, crânio ou face, bem como com prejuízo no desenvolvimento intelectual.

Entre as consequências psicológicas que o álcool pode trazer, citam-se:
- falta de coordenação motora porque o cérebro não decodifica corretamente os comandos;
- estado de agitação e euforia;
- submissão a condições extremamente deploráveis e humilhantes.

As consequências profissionais do alcoolismo são, em geral, falta ao trabalho, queda no rendimento, acidentes no trabalho e no trajeto, dificuldade de relacionamento com colegas de equipe, negligência e imperícia, entre outros.

O tratamento do alcoolismo é bastante complexo e depende única e exclusivamente da pessoa querer parar de beber e aceitar ajuda médica e psicológica. São prescritos medicamentos que auxiliam o tratamento, e algumas organizações têm trabalhado, com sucesso, junto a funcionários dependentes.

A psicoterapia desempenha papel de relevância nesse processo, pois vai buscar junto com o paciente as causas da dependência e auxiliá-lo em seus conflitos interiores, de tal forma que ele amadureça, conheça seus limites e saiba lidar com situações difíceis e complexas, sem se refugiar na bebida.

Em várias situações recomenda-se apoio psicológico aos familiares, que interagem com o dependente, para que se fortaleçam psiquicamente e adquiram condições de apoiar o tratamento da pessoa dependente, e se preparar para as mudanças que precisam acontecer para que o sujeito consiga vencer esse desafio.


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