O que costuma ser adotado, então, é o histórico de ocorrências, pois acredita-se que, em cenários que não sejam atípicos, a incidência de um passado limitado a um certo período de tempo é um bom sinalizador da chance de novas ocorrências.

Por isso, se um determinado modelo de aeronave, de uma dada empresa, teve problemas sérios em três de suas últimas 300.000 decolagens, diz-se que a chance de um problema no presente/futuro próximo é de 1 em 100.000 (claro que se novidades tecnológicas voltadas para o quesito segurança forem incorporadas ao modelo, o cenário não é mais o mesmo, logo, a incidência de eventos passados pode não ser mais um bom sinalizador de eventos futuros).

Essa abordagem requer uma atenção especial para casos como o do avião Concorde, cuja primeira queda deu-se há poucos anos. Antes desse episódio, caso fosse de interesse estimar a probabilidade de ocorrência de acidentes com esse tipo de aeronave e, inadvertidamente, fosse adotada a abordagem empírica, qual seria a conclusão (evidentemente errada)? Como o histórico não evidenciava nenhum acidente sério com o Concorde, poder-se-ia ter uma expectativa excessivamente otimista do tipo: estima-se que realmente ele não caia, pelo menos não no curto prazo.

Esse engano não levaria muito tempo para ser "desmascarado". Faz-se necessário que outra abordagem contemple esse tipo de situação, para a qual os enfoques clássico e empírico mostram-se frágeis.



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