| Resumo
Um novo cenário vem se consolidando no mundo do trabalho. Transformações
tecnológicas, estruturais e econômicas exercem grandes impactos
sobre as pessoas e a gestão dessas dentro das organizações.
Apesar de essas transformações terem atingido indiscriminadamente
todos os setores socioeconômicos, especificamente no sistema fabril
de produção encontram-se características marcantes
desse processo. Essas características sugerem a necessidade de
novas concepções e abordagens sobre organização/empresa,
trabalho e trabalhador, tendo em vista a reestruturação
do setor produtivo decorrente de todo esse processo de mudança. No final da década
de 1960, o modelo de produção em massa começou a
mostrar evidentes sinais de sua fragilidade. O Estado não pôde
sustentar seus gastos em função da crescente dívida
pública e elevação dos salários, que estava
tornando um empecilho à competitividade dentro do padrão
de contenção de custos. Nesse aspecto, o taylorismo-fordismo
possui uma incoerência, pois, ao mesmo tempo que precisa dos salários
adequados para a manutenção do sistema, prega a contenção
de custos e, dentro desses, a redução dos salários.
No início da década de 1990, há um aprofundamento do neoliberalismo, tendo como pano de fundo a globalização, os movimentos de qualidade e o aumento da competitividade. O Setor de serviços cresce, absorvendo grande parte da mão de obra que está sendo liberada pelo setor fabril. A mão de obra feminina se insere fortemente no mercado de trabalho. Em decorrência do excesso de trabalhadores disponíveis, os mais velhos e os mais jovens encontram mais dificuldades de inserção no mercado de trabalho, sendo os primeiros considerados como incapazes de se adequar às novas exigências e os últimos, inexperientes. Como consequência desse processo, a classe trabalhadora ficou enfraquecida em relação aos seus direitos. Com as novas formas de trabalho, a classe operária tornou-se heterogênea, fragmentada e complexa (ANTUNES, 1995). Dentro desse novo contexto, as organizações precisam adaptar-se para as exigências de um mercado que, além de se inserir em uma competitividade internacional, estava estrangulado pela redução de gastos governamentais e pela redução do consumo. As empresas que querem sobreviver precisam, cada vez mais, garantir a aceitação de seus produtos segundo diferenciais competitivos. As transformações não se restringem
a esses movimentos de implementação e expansão da
tecnologia. A estrutura das organizações assim como as gestões
das forças produtivas é repensada a partir da constatação
de que o sucesso empresarial não está associado às
grandes organizações. O que garante a competitividade da
organização é a capacidade de se adaptar às
mudanças de mercado que pode ser traduzido por flexibilidade e
à constante inovação e qualidade dos produtos, garantindo
um contínuo diferencial competitivo (Tauille 1994). |
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