Acreditamos que a força de trabalho ainda se apresenta como essência comum no conjunto do território de vida. E essa essência comum e específica é, cada vez mais, inserida junto com o capital em composições singulares: ela é socializada, é produtiva, é alienada, é desejada e em todos os casos, ela é ativa – destrutiva ou construtivamente – no interior das relações de capital.

Gorz não considera a indissolubilidade das duas sociedades – produtiva e não produtiva, mas, para outros autores, (NEGRI & VINCENT, 1992), na inseparabilidade das duas, é possível considerar a subjetividade política que nasce da destruição permanente da experiência de dominação e que se constrói como alternativa ao poder do capital. Gorz insiste em ver na não-classe dos não-trabalhadores o pólo potencialmente capaz de transformar a sociedade; ele concebe os trabalhadores produtivos como irreversivelmente integrados à ordem do capital, perdendo a capacidade de sujeitos capazes de emancipação. Esquece-se ainda da totalidade do mundo do trabalho, desconsiderando um segmento importante da classe trabalhadora ao restringir seu conceito de trabalho.



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