Todas essas transformações indicam a necessidade de novos processos de gestão para se adequarem ao novo sistema e aos paradigmas atuais.

De uma maneira geral, as mudanças nas condições objetivas do trabalho refletem-se na emergência de uma nova política de gestão de pessoas. Não se trata de um puro e simples resultado do condicionamento tecnológico, mas da interação desses com os fatores econômicos e políticos que marcam as relações entre capital e trabalho na indústria brasileira.

Algumas empresas reconhecem que um ambiente de maior reconhecimento dos direitos dos trabalhadores só favorece a qualidade da produção. Assim, partiram para a formulação de programas voltados para o envolvimento da força de trabalho, na visão em que o envolvimento do trabalhador, por meio da discussão de problemas relacionados à micro organização de suas tarefas termina por desenvolver a auto-estima, o sentimento de reconhecimento, o que contribui para criar um clima de maior cooperação.

Assim, fica claro como e por que as características específicas da inovação tecnológica condicionam as novas políticas de gestão da força de trabalho. O condicionamento mais evidente diz respeito à nova tecnologia de produção que, para ser eficaz, exige um coletivo de trabalhadores confiáveis e interessados. Esse tipo de qualidade só pode ser desenvolvido se houver estabilidade na relação de emprego, salários que motivem a permanência na empresa, perspectiva de ascensão funcional e um ambiente de trabalho em que o exercício do poder hierárquico conte com mínimo de legitimidade (PELIANO ET CL., 1987), mesmo que tais características, como acreditamos, se refiram apenas ao segmento estável do efetivo da empresa.



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