| Não podemos compreender o trabalho, a empresa e seus trabalhadores apenas como um fenômeno isolado, localizado num tempo e espaço determinados, sem incorporar a análise da cultura, dos valores e das matrizes ideológicas que condicionam e continuam a influenciar o seu contexto, suas posições e seu quotidiano. As empresas propõem o desenvolvimento de uma engenharia cultural como nova forma de controle e dominação e que se legitima pela utilização mesma desse substrato cultural. Um outro aspecto é a importância da subjetividade do trabalhador, no processo gestor atual. As simplificações empresariais esquecem que o sujeito não pode somente se reconhecer dentro da imagem da empresa. Ele deve poder, também, se separar dela. Assim, é importante salientar de imediato que a adesão aos ideais não é o único princípio da vida subjetiva. A subjetividade não é um mero fantasma interior, mas elemento fundamental e mediador entre as formas sociais. Aqui ainda, entra a questão da experiência veiculando a objetividade das transformações materiais e a percepção e representações dos atores que a vivenciam. Não existem experiências isoladas, fechadas cada uma em seu universo próprio e específico, como o mundo do trabalho, por exemplo, mas elas são articuladas e únicas na caracterização e formação individual. Este é um outro ponto importante que exige certa universalização do processo gestor, mediação que é feita pela cultura. A mobilização do trabalhador ultrapassa o terreno exclusivo da usina, em seus aspectos técnico-econômicos e racionais. |
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