Nesse contexto, o processo de gestão tende a reforçar o caráter autoritário, excludente e desigual da sociedade brasileira, afetando as perspectivas de democratização das relações de trabalho.

Pretende-se caminhar para integração entre trabalhadores e empresa, que é vista como comunidade, o que pressupõe a comunhão de interesses dos diferentes segmentos de assalariados e dos gestores/proprietários, principalmente em face a ambiente hostil marcado pela competitividade internacional. Com a nova e diferenciada inserção social da empresa, o tema da cidadania esquematizada no processo de socialização engendrada pelas organizações e onde o sistema de gestão é um dos fios condutores, se coloca como questão mais ampla que ultrapassa a sua acepção política.

Ela é estreitamente ligada a sujeitos políticos e sociais que têm direitos e agem segundo tais direitos. Cidadania que deve ser pensada a partir da apropriação histórica de cada contexto político e da significação social desenvolvida em cada um deles. Essa apropriação ou articulação obedece a uma lógica concreta de interesses e do jogo das forças sociais que constróem o quadro resultante das táticas e estratégias utilizadas pelos atores em presença. A empresa, como um universo onde coexistem esferas diferentes e conflitivas de produção e troca, é hoje um agente importante nesta construção da cidadania enquanto ancoragem do indivíduo no campo social e político.



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