Texto de Dalen Jacomino.
Trecho
do artigo - SEJA O SEU PATRÃO, revista VOCÊ s.a., jan.
2001
"O velho modelo do profissional de sucesso, aquele que saía
das melhores universidades, iniciava sua carreira como trainee
numa grande multinacional e, ali mesmo, subia cada degrau na hierarquia
rígida e bem verticalizada da companhia, está em xeque.
Em seu lugar, existem novos caminhos para trilhar uma vida profissional
brilhante. Veja bem: isso não significa que estar numa multinacional
e nela crescer não possa ser interessante; o fato é
que essa não é mais a única possibilidade.
Agora, o profissional, principalmente, o talentoso e bem preparado,
pode optar.
A atitude é que faz a diferença. Mais do que nunca
o mercado valoriza quem sabe empreender. Há uma demanda crescente
por profissionais com espírito empreendedor. São profissionais
inovadores, inquietos, que quebram as regras, correm atrás
dos seus sonhos e sabem reconhecer oportunidades. "O empreendedor
é a pessoa que é motivada por desafios. O dinheiro
vai ser apenas a medida do seu sucesso", afirma Carlos Alberto
Sucupira, sócio do GP Investimentos.
Não importa se ele é funcionário de uma empresa
ou se está tocando seu próprio negócio. "Inovação
depende basicamente de como a pessoa encara sua vida, e não
do lugar em que está trabalhando", afirma o consultor
americano Gifford Pinchot. É claro que essa discussão
não é exatamente uma novidade. Em 1995, Pinchot já
falava do empreendedorismo dentro das empresas, batizado de intrapreneurs,
em inglês, para diferenciá-la dos entrepreneurs
(os empreendedores que têm seu próprio negócio).
Hoje em dia, essa demanda está cada vez maior. As empresas
precisam inovar o tempo todo se quiserem aumentar sua receita e
conquistar novos mercados. Afinal, ficou para trás o tempo
em que conseguiam aumentar seu lucro apenas com os downsizings
e reengenharias típicos dos anos 80 e do início dos
anos 90. "O executivo pode muitas vezes ter todos os números
e análises do mercado nas mãos, mas na hora de tomar
uma decisão é preciso mais que isso. é necessário
que ele tenha feeling, que acredite em seu taco, afirma
Dácio Crespi, sócio e diretor-geral da empresa Headhunting
Heidrick & Struggles, em São Paulo.
Não por acaso, o salário da maioria dos executivos
é formado por uma parte fixa e outra variável, que
está ligada diretamente aos resultados do negócio.
"Hoje, 90% das empresas que nos contratam para procurar executivos
no mercado estão em busca de profissionais com perfil empreendedor",
diz Francisco Britto, diretor da empresa Headhunting Spencer Stuart,
em São Paulo. "Se um diretor, por exemplo, não
assumir a idéia de que o seu departamento é como se
fosse seu próprio negócio, ele está frito".
<<Fechar