O Meta
Group ligou para alguns desses centros no final da tarde de terça-feira
e constatou que o número de transferências havia triplicado.
Segundo John Jackson, presidente da Comdisco (uma empresa que oferece
tais centros de recuperação), a maioria das companhias
que o procurou é formada por bancos, seguradoras e outras empresas
de serviços financeiros.
A imensa tarefa a que se defrontam agora as empresas do Vale do Silício
é o suporte a clientes que precisam recuperar sistemas e dados
perdidos no desastre. Não há estimativa, ainda, dos danos
causados nessa área fundamental para a economia americana. E,
nas empresas, ninguém ainda está preparado para falar
do assunto: estão todas concentradas em localizar o paradeiro
de funcionários que trabalhavam em Nova York ou estavam em visita
de negócios à cidade.
"Não podemos e não devemos fechar nossas portas",
escreveu Larry Ellison, o presidente da Oracle, maior fabricante mundial
de bases de dados, em e-mail aos funcionários na terça-feira.
Ellison lembrou a todos que "agora é mais importante do
que nunca prover serviços críticos a todas as instituições
que compõem a infraestrutura essencial do país".
A Oracle perdeu "alguns" funcionários, um deles como
passageiro de um dos aviões sequestrados.
A Sun Microsystems, fabricante de estações de trabalho
e servidores de alta performance, demorou a localizar todos os seus
340 funcionários. Todos eles ocupavam dois andares - o 25º
e o 26º - da torre Sul do World Trade Center (WTC). Nenhum deles
morreu. Mas Phil Rosenzweig, diretor da Sun Software e funcionário
desde 1991, estava no voo 11 da American Airlines, um dos seqüestrados,
e morreu.
A empresa manteve as portas abertas mesmo na terça-feira, operando
principalmente os serviços de suporte a sistemas do tipo missão
crítica, "que são agora mais importantes do que nunca".
A porta-voz Jo Chun não quis informar quais clientes da Sun precisaram
de um suporte de urgência naquele momento.
Na Cisco Systems, maior fabricante de equipamentos para redes de computadores,
também demorou o trabalho de localização de funcionários
que estivessem viajando ou em Nova York por ocasião dos atentados.
O maior fabricante de chips para computador, a Intel, também
baseada no Vale, não temeu a perda de funcionário, mas
redobrou a segurança em 30 instalações ao redor
do mundo, inclusive três em Israel, onde a empresa tem um total
de 5 mil funcionários.
O CEO Craig Barrett, que tem uma intensa agenda de viagens, por sorte,
estava na sede, em Santa Clara, no Vale do Silício, por ocasião
dos atentados.
Já a Hewlett-Packard tinha a maior parte de seus executivos cruzando
o país de leste a oeste para explicar a investidores a decisão
de comprar a Compaq. A principal executiva, Carly Fiorina, estava em
Palo Alto, onde a empresa tem sede mundial, e todos os demais executivos
ficaram bem. "A segurança das instalações
da HP em todo o mundo está no mais alto nível de alerta",
explicou o porta-voz Dave Berman, sem dar mais detalhes.