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– Principais erros cometidos pelas empresas quanto a previsões
Segundo
Correa, previsão, sobretudo de demanda, é, em geral, um
dos assuntos mais controversos dentro das organizações
e um dos que mais suscitam polêmica entre setores. Em muitas empresas
os conceitos de previsões com metas se confundem.
Previsões são estimativas de como se comportará
o mercado demandante no futuro, são especulações
sobre o potencial de compra do mercado. Metas são a parcela desse
potencial de compra do mercado a que a empresa deseja atender e pode
ter um objetivo motivacional, de incentivo à maior proatividade
dos vendedores, por exemplo.
Podemos, então, formular o primeiro dos erros frequentemente
encontrados nas empresas, quanto a previsões.
Erro 1 das previsões: confundir previsões com
metas e, um erro subsequente, considerar as metas como se fossem
previsões.
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Em muitas
situações, as pessoas mais ligadas aos setores comerciais
é que ficam responsáveis por produzir as previsões
de demanda que irão fundamentar várias decisões
de vários outros setores. São, com frequência, os
primeiros a serem acusados por “errar as previsões”.
Contudo, é inócua a discussão sobre “acertar”
ou “errar” previsões, pois estão sempre erradas.
Deve ficar claro, entretanto, que faz total diferença, para a
gestão de operações, o quanto se erra nas previsões.
Erro 2 das previsões: gastar tempo e esforço discutindo-se
se “acerta” ou “erra” nas previsões,
quando o mais relevante é discutir “o quanto”
se está errando e as maneiras de alterar os processos
envolvidos, de forma a reduzir esses “erros”.
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Para gestores
de operações, é importantíssimo saber não
só quanto se espera ter de demanda ou vendas, mas também
saber qual é o erro esperado para essa previsão. Em outras
palavras, para operações, previsões são
sempre constituídas por dois números:
Ou seja, os profissionais de operações necessitam de dois
números:
1. uma
estimativa da demanda ou da venda; e
2. uma estimativa do erro de previsão esperado, pois desta
estimativa derivarão importantes decisões sobre os “colchões”
de segurança que serão dimensionados para a operação.
Erro 3 das previsões: levar em conta, nas previsões
que servirão para apoiar decisões em operações,
um número só. Previsões, para operações,
devem sempre ser consideradas com dois “números”:
a previsão em si e uma estimativa do erro desta previsão.
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Outro
erro frequente nas empresas, quando se trata de previsões, é
a ideia: “Tentamos muito fazer previsões de forma técnica,
mas continuávamos a errar, então paramos!” Dois
contra-argumentos para ideia são: errar é normal em previsões;
e, que interessa é "quanto" erramos. E, quanto menos
erramos, menos colchões de segurança - e custos correspondentes–
teremos. Portanto, vale a pena continuar a colocar esforços no
sentido de melhorar a qualidade de previsões, mesmo que os erros
continuem grandes.
Erro 4 das previsões: desistir ou não se esforçar
o suficiente para melhorar os processos de previsão,
por não se conseguir “acertar” as previsões,
quando, em operações, não se necessita
ter previsões perfeitas, mas previsões consistentemente
melhores que as da concorrência.
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