A teoria financeira se apóia no pressuposto da maximização do lucro ou da maximização do valor para o acionista. Você teria coragem de tirar o seu dinheiro da caderneta de poupança ou de qualquer outro tipo de aplicação financeira para comprar ações de uma empresa que prefere, antes de qualquer coisa, distribuir todas as suas sobras para os pobres, para os órfãos e para as viúvas?
Segundo Paxson e Wood (2001), a ética em finanças preocupa-se com a questão de como critérios que espelham o bem geral e que excedem o que é exigido pelas leis e pelos contratos assinados se refletem nas decisões financeiras das empresas. As principais áreas de aplicação encontram-se na remuneração e conduta dos agentes (problema de agency), na assimetria de informação e de divulgação (disclosure) e no grau segundo o qual considerações éticas são precificadas no mercado de capitais e internalizadas nas avaliações de investimentos das empresas.
Imagine uma empresa que, há seis anos, tenha fechado um acordo com os seus funcionários em que os gastos (saídas de caixa) com seguro saúde para os funcionários mais os recolhimentos para o fundo de pensão dos funcionários foram mal dimensionados, isto é, a empresa foi generosa demais. Tal acordo, há dezoito meses, vem colocando em risco a continuação dos negócios. Neste momento, três stakeholders estão aflitos, a saber: os acionistas; os funcionários e a diretoria executiva da empresa. O que fazer?
É evidente que a diretoria executiva da empresa deverá tomar uma decisão, o mais rápido possível. Suponha que a diretoria resolva contratar os serviços de um escritório de advocacia especializado em acordos trabalhistas, portanto, deverá ocorrer um contrato de prestação de serviço entre a empresa e o escritório de advocacia. Suponha que a empresa tenha fechado um contrato em que a remuneração solicitada pelo escritório tenha sido atendida em 100%, portanto, existiria motivação financeira para uma defesa eficiente da empresa. Até que ponto este escritório de advocacia irá obter vantagens para a empresa?