4 - Variações da aversão ao risco

Como a maior parte dos investidores tem aversão ao risco, a inclinação da SML, PRM, reflete o grau de aversão ao risco: quanto maior a inclinação, maior é esse grau, pois um nível mais elevado de retorno será exigido para cada nível de risco medido pelo beta, portanto, os prêmios por risco crescem de acordo com o grau de aversão ao risco. A recíproca é verdadeira.

Variações da aversão a risco e, portanto, deslocamentos da SML decorrem de mudanças das preferências dos investidores, que geralmente resultam de eventos econômicos, políticos e sociais. São exemplos de eventos que aumentam a aversão ao risco: uma crise no mercado de ações, o assassinato de um líder político importante e a eclosão de uma guerra.

Exemplo 1

Comparando as duas situações - mudanças de expectativas inflacionárias e variação de aversão ao risco - constamos que o retorno exigido para o Ativo Z, inicialmente, experimentou um aumento de: 23,125% - 21,125%=2%, isto é, foi proporcional ao aumento ocorrido no RF, agora, observamos que o aumento: 24,625 – 21,125=3,5%, é mais que proporcional ao aumento do PRM.

Deve ficar claro, assim, que maior aversão ao risco resulta em retornos exigidos mais altos para cada nível de risco. Analogamente, uma redução da aversão ao risco faz com que diminua o retorno exigido a cada nível de risco.

2) Um projeto de investimento tem retorno anual esperado (estimado) de 14,80%. O beta estimado para o projeto, ßprojeto, é de 1,3. Para o período de vida útil do projeto a taxa de juros livre de risco, RF, e o prêmio pelo risco de mercado, PRM, foram estimados em: 9,0% e 4,0%, respectivamente. Supondo que nesta empresa não exista capital de terceiros, somente capital próprio, utilize o CAPM como taxa de corte para a tomada de decisão sobre este projeto de investimento.

Solução 2

3) Um projeto de investimento tem retorno anual esperado (estimado) de 14,5%. O beta estimado para o projeto, ßprojeto, é de 0,75. Para o período de vida útil do projeto a taxa de juros livre de risco, RF, e o prêmio pelo risco de mercado, PRM, foram estimados em: 10% e 6,0%, respectivamente. Supondo que nesta empresa não exista capital de terceiros, somente capital próprio, utilize o CAPM como taxa de corte para a tomada de decisão sobre este projeto de investimento.

Solução 3

4) Um projeto de investimento tem retorno anual esperado (estimado) de 17,75%. O beta estimado para o projeto, ßprojeto, é de 1,75. Para o período de vida útil do projeto a taxa de juros livre de risco, RF, e a taxa de retorno prêmio de mercado, KM, foram estimados em: 10% e 15,0%, respectivamente. Supondo que nesta empresa não exista capital de terceiros, somente capital próprio, utilize o CAPM como taxa de corte para a tomada de decisão sobre este projeto de investimento.

Solução 4

Cálculo da taxa de corte:

kprojeto = RF + [ßprojeto (KM – RF)]
kprojeto = 10 + [ 1,75 + (15 - 10)]
kprojeto = 18,75%

Neste exemplo o retorno prometido pelo projeto de investimento é menor do que a taxa de corte, isto é: 17,75% < 18,75%. Neste caso, o projeto deve ser rejeitado, porque se for posto em andamento ele irá destruir riqueza do proprietário, com isso, o valor da empresa será diminuído. Segundo Damodaran (2004), se não houver investimentos suficientes que cubram a taxa de corte, deve-se devolver os recursos para os proprietários. As formas de retorno: dividendos e recompras de ações, vão depender das características dos acionistas.

Nessa Unidade o nosso foco foi o Modelo de Precificação de Ativos de Capital (CAPM), convém ressaltar, no entanto, que não existe apenas o CAPM como modelo de mensuração de risco de mercado. Além do CAPM Damodaran (2007) recomenda: o Modelo de Precificação por Arbitragem (Arbitrage Pricing Model – APM), proposto pelo professor Stephan A Ross do MIT, assim como, os modelos multifatoriais. Por enquanto, a nossa disciplina ficará apenas no CAPM.



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