Em artigo publicado no jornal Valor Econômico de 23/09/2010, página B14, encontramos uma entrevista com o presidente do Conselho de Administração da Cosan Açúcar e Álcool, Sr Rubens Ometto. A capacidade de produção do grupo Cosan em setembro de 2009 era de moer 63 milhões de toneladas ano de cana de açúcar. Na mesa de planejamento da Cosan estão sendo consideradas três estratégias:

• projetos greenfields (usinas construídas a partir do zero);
brownfields (ampliação) e
• aquisições.

Somente de “greenfields”, a Cosan tem quatro projetos de usinas – duas em Goiás, uma em Naviraí (MS) e uma em Andradina (SP). O plano que está sendo desenvolvido visa superar a marca de 100 milhões de toneladas de capacidade instalada nos próximos anos. “Podemos ir para 100 milhões, 110 milhões de toneladas de moagem. Dinheiro para nós não é problema”, afirmou Ometto, referindo-se à geração de caixa esperada com as operações sucroenergéticas, de logística (Rumo) e de distribuição de combustíveis, que se agigantou com a associação com a Shell. “Essa parceria também reduziu substancialmente nosso endividamento que está zerado”, disse Ometto.
Sobre os projetos greenfields, cada unidade de Goiás terá capacidade para moer oito milhões de toneladas de cana. As outras duas têm potencial para agregar mais dez milhões de toneladas.

No relatório anual da diretoria da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) referente ao exercício social encerrado em 31/12/2003 encontramos a seguinte informação: “Foi anunciado em janeiro programa de investimentos de US$ 1,815 bilhão para 2004, com dispêndios em crescimento – exploração mineral e projetos - de US$ 1,202 bilhão, e stay-in-business capex – manutenção, modernização, proteção ao meio ambiente, tecnologia da informação - de US$ 613 milhões. O montante alocado a projetos novos (greenfield) e à ampliação de capacidade de projetos já existentes (brownfield) é de US$ 1,138 bilhão. As iniciativas mais importantes se dedicam à expansão de capacidade produtiva de minério de ferro, bauxita, alumina e potássio, à conclusão do projeto de cobre do Sossego, ao início do desenvolvimento do projeto 118, à geração de energia elétrica e à aquisição de vagões e locomotivas para o transporte de minério de ferro e de carga geral”.
No relatório anual da diretoria da Companhia Vale do Rio Doce referente ao exercício social encerrado em 31/12/2004 encontramos a seguinte informação: “Para 2005, a Companhia anunciou orçamento de investimentos no valor de US$ 3,3 bilhões. Do total orçado, 22,1% serão alocados à sustentação dos negócios já existentes e 77,9% para investimentos em crescimento orgânico. O valor destinado para crescimento orgânico é composto por US$ 2,221 bilhões a serem investidos em projetos brownfield e greenfield e US$ 375 milhões em pesquisa e desenvolvimento. Esse é o maior capex, tanto em termos nominais quanto em termos reais, da história da CVRD. No período 2003-2005, 74% do valor total dos investimentos da Companhia se destinam à promoção do crescimento orgânico, projetos e pesquisa e desenvolvimento”.

E o que significa crescimento orgânico? Suponha que a capacidade de produção de uma determinada empresa atualmente seja igual a 100 pares de calçados/dia. Essa produção é alcançada pela utilização de dez máquinas. A empresa poderia aumentar a sua capacidade de produção para 150 pares de calçados/dia de duas maneiras:

a) através da compra de três novas máquinas, com isso a empresa ficaria com treze máquinas;
b) através da compra de uma empresa concorrente.

Qual das duas opções caracteriza crescimento orgânico? A primeira, ou seja, crescimento orgânico é o aumento da capacidade de produção numa empresa via investimento direto no aumento da capacidade de produção interna no produto ou serviço.



Copyright © 2010 AIEC.