4 - Interpretando um investimento no imobilizado

Imagine uma empresa que, após uma excelente oportunidade de negócio obtida numa das maiores feiras internacionais, ocorrida na Alemanha, conseguiu desenvolver um projeto que viabiliza uma nova linha de produto, dentro do seu negócio.

O investimento exige a aquisição de uma nova máquina. Pense um pouco, se tal máquina for instalada, a capacidade de produção irá aumentar. Supondo-se que antes a fábrica produzisse 100 unidades, com a nova máquina, a produção poderia alcançar 120 unidades. Logo, de imediato, a receita de vendas iria aumentar.

Toda vez que a receita de vendas é alterada, o capital de giro operacional líquido tende a ser afetado. Por quê? O nível dos estoques tem forte relação de dependência com o faturamento, o que poderia ser estendido às contas a receber, aos fornecedores, assim como, à rubrica “caixa/bancos conta movimento”. Mesmo que a razão de cada uma dessas rubricas se mantenha estável quanto às vendas líquidas, em termos monetários, na maior parte das vezes, ocorre alteração no ativo realizável operacional líquido.

Sabe-se que a diferença entre o ativo circulante e o passivo circulante denomina-se capital circulante líquido (CCL). Em orçamento de capital se faz necessário entender que nem todas as contas do ativo circulante e do passivo circulante são consideradas contas operacionais. Por exemplo, as contas Aplicação Financeira (Ativo) e a conta Empréstimos Bancários (Passivo Exigível) não são contas operacionais. É normal em muitas demonstrações financeiras encontrarmos, por exemplo, Contas a Receber no ativo realizável de longo prazo. Como esta é uma conta operacional - porque está ligada diretamente a atividade fim da empresa - para efeito de cálculo do investimento inicial, em orçamento de capital, deverá fazer parte do cálculo no momento da apuração da variação no ativo realizável operacional líquido.


Diante de empresas onde apenas contas operacionais do ativo circulante (contas a receber, estoque, adiantamento a fornecedores, impostos a recuperar etc.) e do passivo circulante (fornecedores, salários a pagar, encargos sociais a pagar, impostos a recolher, adiantamento de clientes etc.) se fizerem presente, para efeito de orçamento de capital, a diferença entre o AC operacional e o PC operacional será chamada variação no capital de giro operacional líquido.

Logo, o investimento inicial em maquinário poderá trazer em seu bojo o incremento no capital de giro operacional líquido; portanto, o investimento inicial do projeto poderá contemplar o somatório do investimento em ativo fixo mais a variação no capital de giro operacional líquido.



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