O investimento do projeto teve, na aquisição e na instalação do equipamento, determinado valor que exigiu desembolso de caixa.

Você já sabe que o valor desse investimento, de acordo com a legislação do imposto de renda, poderá ser depreciado, de acordo com a natureza do equipamento, por determinado período de tempo. Por exemplo, cinco anos.

Para facilitar, não irá ocorrer depreciação acelerada; portanto, nos próximos cinco anos, aquele valor contabilizado como investimento inicial, referente ao equipamento em si (valor de aquisição mais gasto de instalação) irá experimentar um lançamento equivalente a vinte por cento do valor contábil.

Você já sabe que esse valor, referente à depreciação, é contabilizado como custo/despesa, na DRE, tendo como contrapartida, a crédito, a conta Depreciação Acumulada; na verdade, uma conta redutora de ativo. Logo, o valor da depreciação a ser lançado na DRE, irá aparecer como custo/despesa, nos próximos cinco anos, mas, tal valor não irá passar pelo caixa da empresa, isto é, não sairá do caixa. Portanto, o lucro líquido do exercício não espelha a realidade em termos de geração de caixa. No custo do produto vendido (CPV), assim como, nas despesas operacionais, existe uma parcela que se refere à depreciação, lançada como custo/despesa, mas que não passou pelo caixa.

Você já sabe que, além da depreciação, amortização e exaustão existem outros lançamentos contábeis que, para atender ao regime de competência, são lançados como despesa ou receita. Todavia, somente no futuro deverão passar pelo caixa, como entrada ou como saída. Para efeito deste estudo, o foco será exclusivamente na rubrica Depreciação. Logo, somando-se ao “Resultado Operacional líquido” o valor da despesa de depreciação encontra-se o fluxo de caixa operacional.

Segundo Assaf Neto (2003, p.288), a avaliação de investimentos propõe que os fluxos de caixa a serem considerados no processo contenham, em termos incrementais, exclusivamente valores operacionais. Com isso, devem ser ignorados todos aqueles fluxos financeiros oriundos principalmente das amortizações dos empréstimos e financiamentos contraídos, e respectivos encargos de juros. É necessário que se ressalte que o valor de um investimento não deve estar vinculado à forma como ele é financiado, mas depender exclusivamente do volume e distribuição dos resultados operacionais esperados. É a qualidade dos investimentos, e não a estrutura de financiamento do ativo, que determina a riqueza e, conseqüentemente, a atratividade econômica de um investimento.

Dessa forma, os fluxos de caixa para as decisões de investimentos são, pela teoria da administração financeira, apurados em valores líquidos (após a dedução do Imposto de renda/Contribuição Social) e admitindo-se que o projeto em avaliação seja integralmente financiado por capital próprio (não há uso de capital de terceiros).



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