Qual é o perfil ideal do negociador?
A ideia básica é ser firme e amistoso. É
preciso ser franco e persuasivo sem usar coerção.
As pessoas não devem querer falar o tempo todo e precisam
ouvir interessadamente. Em outras palavras, devem saber apresentar
seus pontos de vista e também compreender as preocupações
dos outros. Isso é incrivelmente importante. Acredito também
em ser criativo, produzir ideias nunca antes ventiladas.
Como
deve funcionar uma equipe de negociação ideal?
Em primeiro lugar, é preciso definir claramente como serão
tomadas as decisões diante da outra parte. Caberá
ao chefe ou ao grupo pedir um intervalo para poder chegar a um
consenso? A ideia é jamais confundir a outra parte.
É importante saber que, quando alguém diz alguma
coisa, assume um compromisso que envolve toda a equipe. A outra
parte também quer saber exatamente qual o papel desempenhado
por cada membro do grupo.
Quais
os tipos de personalidade ideais para compor a equipe de negociação?
Em minha opinião, é muito útil ter na equipe
alguém que compreenda o que está acontecendo do
outro lado da mesa. Essa pessoa deve entender a posição
do outro, mostrar empatia e ser muito receptiva a suas ideias,
fazendo perguntas e prestando atenção. Gosto muito
quando essa pessoa se transforma num bom advogado das preocupações
e dos interesses da outra parte. Participei de negociações
com um jovem assistente meu no Canadá. Uma hora depois
de iniciada a reunião, o rapaz conhecia exatamente a situação
da empresa com que negociávamos. Os advogados da empresa
perguntavam-se o que estava acontecendo, porque o William sabia
mais do que eles sobre sua situação. Ele sabia o
que os números queriam dizer e quais eram os problemas.
Uma pessoa com esse papel deve ser muito experiente, ter grande
presença de espírito e conhecimento dos antecedentes.
Também é recomendável contar com alguém
criativo na equipe, que me permita dizer: "Vamos fazer um
intervalo de 30 minutos para ver se produzimos algumas ideias
novas". É preciso ainda ter uma pessoa que se relacione
bem com os outros, uma que facilite a comunicação
e uma competente para lidar com dados e informações.
Finalmente, deve haver alguém com a capacidade de julgamento
de um juiz, capaz de ver o que está acontecendo num contexto
mais amplo.