De acordo com Fisher, Ury, Patton (1994), a barganha posicional é ineficaz, porque as partes tendem a ficar cada vez mais envolvidas no jogo de defesa de suas posições e de ataque às posições do outro. O processo de negociação é bastante comprometido em seu próprio conceito e a barganha posicional transforma-se facilmente em “disputa de vontades”. Como consequência, além do risco de não se obter melhor acordo, ou mesmo acordo nenhum, põe-se em risco a manutenção de um relacionamento de parceria e contribuição entre as partes.

Contrapondo-se à barganha posicional, as técnicas propostas pelos autores para negociação eficaz se alinham a quatro princípios básicos a serem adotados pelos negociadores:


  • separação das pessoas do problema: significa adotar atitude de atenção para com as pessoas e de análise mais criteriosa dos problemas, sendo, portanto, “afável com as pessoas e duro com o problema”;
  • concentração nos interesses, não nas posições: enquanto os interesses representam as verdadeiras necessidades e aspirações das partes, as posições representam as exigências feitas; caso a negociação tenha como foco apenas as exigências, o acordo pode se tornar mais difícil de ser obtido e até mesmo não atender às verdadeiras demandas das partes;
  • construção de opções de ganhos mútuos: significa separar os momentos de geração de alternativas dos momentos de decisão, o que os autores recomendam aos negociadores é: “desenvolva opções múltiplas dentre as quais escolher, decida depois”;
  • utilização de critérios objetivos: refere-se a dotar a negociação de maior racionalidade, abrindo espaço a argumentos consistentes e não a jogo de pressões, a recomendação nesse caso é: “tente chegar a um resultado baseado em padrões independentes da vontade”.


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