| O caráter impessoal da burocracia é claramente definido por Weber, quando diz que a burocracia obedece ao princípio da administração sine ira ac studio, sem ódio ou paixão. Pode-se concluir que no ambiente organizacional as relações humanas são mediadas pelas regras, gerando o que Weber aponta como uma das características dos tempos modernos: a desumanização das relações sociais. Quando mais plenamente desenvolvida e racionalizada a sociedade, maior a probabilidade da desumanização e mais completamente alcança as características específicas que são consideradas como virtudes: a eliminação do amor, do ódio e de todos os elementos pessoais, emocionais e irracionais, que escapam ao cálculo. Em outras palavras, dentro da burocracia, em seu estado puro, não há lugar para sentimentos, para o favoritismo, para gratidão, para as demonstrações de simpatia e antipatia. O administrador burocrático é imparcial e objetivo, que tem a missão de cumprir as obrigações de seu cargo e contribuir para se atingir os objetivos da organização. Essa situação, diz Max Weber, é bem diferente daquela que prevalecia em sistemas sociais antigos, em que as considerações de ordem pessoal dominavam. A administração da justiça, por exemplo, só perdeu seus pressupostos irracionais e se desligou da tradição quando passou por um processo de burocratização. A imparcialidade e a objetividade são tão necessárias para a administração da justiça quanto para a direção das organizações. Por exemplo, a intromissão de fatores de ordem emocional na administração de pequenas empresas familiares é dos principais motivos que explicam sua frequente ineficiência e a tendência a serem substituídas por empresas burocráticas. |
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