Resumo

A reengenharia tem, por pressuposto, uma perspectiva racionalizadora e democrática. A reengenharia afirma que a existência de um projeto industrial só exis­te sob estrutura que articule os aspectos técnicos, econômicos, financeiros, monetários e sociais e também permita um trabalho de síntese (especializado), que coordene o trabalho de vários especialistas e em várias etapas do processo produtivo.

O primado da racionalidade, como instrumento gerencial de superação dos limites organizacionais, é fator de mudança e inovação. A reengenharia rompe com os conceitos de linha de produção e permite maiores índices de produtividade, possibilitando a eliminação da média gerência e da supervisão, pelo aumento do nível de envolvimento pessoal de cada empregado. A reengenharia pode ser compreendida como sistema de gestão moderna. É alternativa ao modelo burocrático, autoritário e centralizador taylorista e fordista, mediante a atribuição seletiva de informações e autonomia gerencial às diversas unidades da empresa.

Muitos críticos apontam, no entanto, que a reengenharia não propõe nenhum conceito novo, em matéria de administração, sendo, na verdade, uma reiteração do auto­ritarismo que sempre esteve presente na administração da força de trabalho.

O modelo sueco, ou "volvoísmo”, caracteriza-se por uma série de inovações referentes à organização do trabalho, implementada com o objetivo de desafiar os princípios fordistas e tayloristas. Tais inovações foram implementadas em plantas suecas ligadas às empresas automotivas Saab/Scania e Volvo, fabricantes de carros, caminhões e ônibus. As mais conhecidas são as experiências das fábricas Kalmar, Torslanda e Uddevalla. Todo treinamento respalda-se na ideia e na relação do artesão-aprendiz, de uma geração para outra, no interior de cada ocupação, valorizando a comunicação não-formal. A hierarquia na Volvo era constituída por apenas três níveis: trabalhadores, gerentes de oficina e gerentes de planta.



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