Atualmente,
tudo indica que a balança virou para o lado das empresas. Elas
são as procuradas. O que já era verdade no nível
técnico tornou-se real também para os “talentos”
executivos.
Ou seja, o que estes depoimentos nos dizem é que se está
recuperando características do modelo tayloristas, mesmo em organizações
que passaram por um processo de reestruturação gerencial.
Podemos, também, refletir sobre a questão da busca pela
consecução das metas, sentida pelos executivos, e seu
impacto nos trabalhadores menos qualificados, que se percebem ameaçados
pelo desenvolvimento tecnológico.
Por
mais que se possa argumentar que a tecnologia também cria empregos,
não se pode “tapar o sol com a peneira” e afirmar
que o desemprego tecnológico não se constitui em um problema.
Vejamos um exemplo: enquanto você está lendo e estudando
aí, sozinho, seja na sua casa, no seu escritório, você
já se questionou quantos empregos o modelo de ensino a distância
efetivamente elimina? Não pensa exclusivamente no corpo docente
(que de fato é reduzido), mas em toda uma estrutura espacial
que simplesmente desaparece (vigias, porteiros, faxineiras, cantinas,
estacionamentos, etc.). Este é apenas um exemplo.
Pode-se pensar nos serviços bancários. Atualmente quase
todos podem ser realizados em casa, via internet. Quantos postos de
trabalho foram eliminados? Muitos responderão: “ora, isso
é inevitável”. Talvez.
Não
é nosso interesse fazer ataque ou defesa do desenvolvimento tecnológico,
mas pensar, refletir, debater sobre os alcances e influências
dessas rápidas e radicais transformações na cabeça
dos trabalhadores, setor sem o qual a vida nas organizações
não existe.