2 - A gestão do vínculo.

Especialistas afirmam que salário e desafios já não são mais suficientes para motivar os executivos. “A retenção estará cada vez mais baseada em aspectos culturais. A gestão do vínculo está ficando muito mais complexa.”, diz o headhunter Luis Carlos Cabrera, da PMC Amrop. Isso não está passando despercebido para as empresas.

“Retenção como conhecemos é coisa do passado”, diz Cominato, da Nokia. “As empresas têm de se esforçar para criar causas que tenham valor para as pessoas e fazer com que se identifiquem com a cultura.” Para Cominato, “chegou o momento de fazer o alinhamento entre a nova cara das empresas e as expectativas das pessoas”.

Às vezes, o caminho é alinhar a velha cara das empresas. A Johnson & Johnson (J&J) segue desde 1943 o credo de que seus objetivos são atender, nesta ordem, o cliente, o funcionário, a comunidade e só então o acionista.

“No final dos anos 1990, os funcionários avaliaram que não estávamos correspondendo às premissas no que dizia respeito a eles", diz Nilson Salustiano Gomes, diretor de recursos humanos da J&J.
Menos de 60% — padrão da cúpula mundial — disseram que o credo estava sendo seguido corretamente. No ano passado, o índice subiu para 67%. Como? "Tentamos desestimular uma cultura que valorizava longas jornadas”, diz Salustiano. Hoje há um toque de recolher às 18 horas, no QG da empresa, nas proximidades da Cidade Universitária de São Paulo. A empresa também incentiva o uso de roupas mais informais. Além disso, o negócio começou a ser reestruturado por processos, aspecto que ajuda aos empregados a perceber o impacto direto do seu desempenho na organização, principalmente para os de nível gerencial.

“As pessoas insatisfeitas são aquelas que não se identificam com a cultura da organização”, diz Fábio Barbosa, presidente do ABN Amro Real, banco que vem apostando alto na formação de imagem de respeito à sociedade e transparência. “Nosso mote é: é possível dar certo fazendo as coisas do jeito certo”, diz Barbosa e “ O elemento central do vínculo entre funcionários e empresa é a identidade de valores. Segundo Motomura, da Amana-Key, as pessoas precisam sentir que seu trabalho tem significado e que elas fazem parte do processo de decisão.



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