3 - Problema no Tempo de Implementação

Outra consideração importante é com respeito ao tempo necessário para a implementação de uma política fiscal efetiva. Para ser efetiva, a política fiscal deve aquecer a economia em tempos de recessão e desaquecê-la em tempos de inflação. Existem três aspectos que limitam a efetividade da política fiscal:

  • tempo para reconhecimento: é muito difícil se prever uma recessão; na maioria dos casos, nós somente sabemos que estamos em recessão muito após ela ter se iniciado. Por exemplo, o National Bureau of Economic Research – NBER estabelece que uma economia está oficialmente em recessão após dois trimestres consecutivos de quedas no PIB;
  • tempo administrativo: diz respeito ao tempo necessário para que o executivo desenhe políticas, que o legislativo as aprove e que o executivo as implemente. Em casos como os da redução de impostos, leis devem passar pelas duas casas do Congresso, Câmara dos Deputados e Senado Federal, antes de serem implementadas;
  • tempo para observação dos efeitos: muitos economistas argumentam que após uma política ser aprovada pelo congresso e implementada pelo executivo, necessitam-se de 6 a 12 meses até seus efeitos serem observados.

Em suma, para que uma política fiscal seja realmente efetiva, os formuladores de políticas devem saber com antecedência maior do que um ano o que irá acontecer com a economia. Isto demanda corpo técnico bem treinado, constante levantamento de informações e liberdade de avaliação conjuntural. Note que, mesmo que estes três componentes existam, ainda assim, existe a possibilidade de sinais de contração da economia passarem desapercebidos.



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