2 - O Estado e o Governo

Em passado recente, assistimos ao desenrolar de um enredo intrigante: indo além da segurança, da justiça e do bem-estar – pressupostos do chamado Welfare State –, passamos de um Estado coordenador para um Estado gestor e deste para o Estado empresário.

No século XX, o “espírito absoluto” encarna-se por completo, como sonhava Hegel. O Estado, concebido como órgão do pensamento social, leva ao extremo os delírios estatólatras, acima do bem e do mal. É justamente ele – o Estado – que define o bem e mal, o regimem animarum, a política do espírito... Dessa forma, assistimos, estarrecidos, à ascensão do totalitarismo. Fundadas nas “razões do Estado”, a irracionalidade toma conta da política.

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, as democracias ocidentais assistiram ao gigantesco crescimento do aparelho estatal. O Estado Providência – movido pelo keynesianismo e pelas novas práticas da social-democracia e da democracia-cristã, que então se assumiram como os principais gestores do novo sistema na Europa Ocidental – começa a girar em torno do centro que, a partir de agora, se impõe: o da economia social de mercado. O Estado é chamado a intervir na economia, na educação, na segurança social, no emprego e nos serviços de saúde e, acima de tudo, no desenvolvimento.



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