Como
podemos perceber, sob esta conceituação – casa –,
Aristóteles enquadrava a comunidade
familiar propriamente dita com a comunidade
econômica. Segundo ele, estas uniões – a do macho
e da fêmea objetivando a procriação, e a do senhor
e do escravo, tendo em vista a conservação – eram
“necessárias”, o que significa dizer que elas faziam
parte do “reino da necessidade” e não do “reino
da liberdade” – ou seja, na casa, na oikia,
não somos livres para deliberar, debater, escolher, decidir. Estas
são atividades próprias do lugar, por excelência,
onde o “reino da liberdade” se manifesta: a polis.
Mais especificamente, ainda, no coração da polis:
a Ágora.
Depois da
oikos, vem a kome, a união de várias casas e de
várias famílias.
Embora a
kome continue a ter como escopo as necessidades vitais, estas
já não se reduzem apenas às necessidades cotidianas.
Os “cabeças” das famílias passam, agora, a planejar
o atendimento de outras demandas, menos imediatas, que aos poucos forjarão,
a partir do interesse em comum, a ideia de “bem comum” que
os gregos chamavam koiné e os romanos chamavam “res
pública”.
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