| No clássico texto de Marshall, Cidadania, classe social e status (1967), partindo da noção de cidadania como um status, o sociólogo tenta verificar a possibilidade de todos os indivíduos virem a ser considerados como cidadãos, como detentores de direitos universalmente reconhecidos pelo Estado e pelos outros indivíduos. Marshall (1967) realiza um inventário histórico para definir quais direitos fazem parte do desenvolvimento da cidadania na Inglaterra, pois compreende não haver qualquer princípio que defina quais devam ser esses direitos universais. Neste inventário, Marshall identifica, nas etapas históricas que marcam a construção da cidadania na Inglaterra, a universalização dos direitos:
Estas três
ordens de direitos incorporaram-se, sucessivamente, à sociedade
inglesa, dentro de uma estrutura lógica que não pode ser
inteiramente transplantada para outros povos. Como bem observa Carvalho
(2001), no Brasil a cronologia e a lógica da sequência estabelecida
por Marshall inverteram-se: os direitos sociais vieram primeiro, implantados
justamente em um período da nossa história em que os direitos
políticos foram suprimidos e os direitos civis estavam restritos;
em seguida, em outro momento histórico, vieram os direitos políticos
e, ainda hoje, muitos dos direitos sociais ainda estão por serem
conquistados. |
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