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chamada “ecologia profunda” foi fundada pelo filósofo
norueguês Arne Naess, no início da década de 70, ao
realizar a distinção entre “ecologia rasa” e
“ecologia profunda”. A ecologia rasa é antropocêntrica,
isto é, centrada no ser humano. Sua concepção básica
é de que os seres humanos estão situados acima ou fora da
natureza, a natureza é colocada como um instrumento a serviço
do homem. A ecologia profunda vê o homem como parte do meio ambiente
natural. Não se trata de uma coleção de objetos isolados,
mas uma rede de fenômenos que estão profundamente interconectados
e são interdependentes. Nesse sentido, os seres humanos são
concebidos apenas como um fio particular na teia da vida. A ecologia profunda
é, também, uma percepção espiritual na qual
o indivíduo tem uma sensação de pertinência,
de conexidade, com o cosmos como um todo. O criador da ecologia profunda
a define como o processo
“[...] de formular questões mais profundas. É
também essa a essência de uma mudança de paradigma.
Precisamos estar preparados para questionar cada aspecto isolado
do velho paradigma. Eventualmente, não precisaremos de nos
desfazer de tudo, mas antes de sabermos isso, devemos estar dispostos
a questionar tudo. Portanto, a ecologia profunda faz perguntas profundas
a respeito dos próprios fundamentos da nossa visão
de mundo e dos nossos modos de vida modernos, científicos
e, industriais, orientados para o crescimento. Ela questiona todo
esse paradigma com base numa perspectiva ecológica: a partir
da perspectiva de nossos relacionamentos uns com os outros, com
as gerações futuras e com a teia da vida da qual somos
parte.”
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