O grau próprio do interdisciplinar pode ser caracterizado como o nível em que a colaboração entre as diversas disciplinas, ou entre setores heterogêneos de uma mesma ciência, conduz a interações propriamente ditas, ou seja, a uma reciprocidade nos intercâmbios, de tal forma que, no final do processo interativo, cada disciplina saia enriquecida. Um empreendimento interdisciplinar efetivo se configura todas as vezes em que ele consegue incorporar os resultados de várias especialidades, tomando de empréstimo a outras disciplinas certos instrumentos e técnicas metodológicas, fazendo uso dos esquemas conceituais e das análises que se encontram nos diversos ramos do saber, objetivando a integração e a convergência, após terem sido comparados e julgados.

O multidisciplinar, para Hilton Japiassu, é um termo que evoca somente uma simples justaposição, num projeto determinado, dos recursos de várias disciplinas, sem implicar necessariamente num trabalho de equipe, e coordenado. No nível do multidisciplinar, a solução de um problema só exige informações tomadas de empréstimo a duas ou mais especialidades - ou setores do conhecimento - sem que as disciplinas envolvidas sejam alteradas ou enriquecidas. O procedimento multidisciplinar consiste em estudar um objeto sob diferentes ângulos, mas sem que tenha necessariamente havido um acordo prévio sobre os métodos ou sobre os conceitos a serem utilizados. Sendo a Dinâmica de sistemas uma metodologia para abordagem de sistemas complexos, conclui-se, portanto, que sua dimensão é interdisciplinar e não multidisciplinar.



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