Guerra
de Tarifas: Embratel X Intelig
Fonte: Case elaborado pelo Prof. Alexandre Gracioso - Central de Cases
ESPM/EXAME
Adaptação: Prof. Niraldo Nascimento
Introdução
Em 2001, cada vez mais próximo da abertura do mercado de telecomunicações
prevista para 2002, Embratel e Intelig, atuais concessionárias
e espelho da área IV (cobertura das ligações de longa
distância, nacionais e internacionais) do mapa traçado pela
Anatel, tinham muito com o que se preocupar, além do impacto causado
pela pirataria. Viam-se pressionadas também, pelos fantasmas da
Telefónica e Telemar, que já haviam declarado interesse
em atuar no segmento de longa distância, e de outras empresas, como
a AT&T Latin American, que poderão também solicitar
um pedaço desse bolo.
Como o mais claro e explícito exemplo dessa competição
deflagrada está a guerra de preços travada do final de julho
até o início de setembro de 2000. Até que ponto uma
empresa pode abaixar seu preço, sem colocar em risco sua própria
existência? Teria sido a guerra a melhor opção? É
preciso tempo para reflexão, mas é justamente isto que as
duas operadoras menos tinham naquele momento.
A guerra das tarifas DDI: do estopim à guerra explícita
Desde a privatização do Sistema Telebrás em julho
de 1998, a situação da Embratel nunca mais foi tão
cômoda quanto era na época da gestão estatal. Desde
então, entraram na concorrência da telefonia fixa as operadoras
resultantes do desmembramento e a privatização (Brasil Telecom,
ex-Tele Centro Sul, Telefônica, Telemar e Embratel) e as novas autorizadas
pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel),
denominadas empresas-espelho (ou espelhinhos, como são carinhosamente
chamadas).
Com a entrada efetiva da Intelig, espelho (aquela que presta os mesmos
serviços e está nas mesmas áreas das originais) da
Embratel, em janeiro de 2000, deu-se início as primeiras “trocas
de farpas” entre as operadoras de longa distância inter-regionais
e internacionais.
Muitas disputas (principalmente aquelas relacionadas às políticas
de preço) foram travadas entre as concorrentes, como o “Sempre
21” e “Plano Descomplique”; resultando assim na redução
dos valores das ligações. No entanto, a concorrência
até então recatada, subitamente, deu lugar à guerra
explícita de preços. |