Combate direto

Com a luta entre a Embratel e a Intelig, ficava no ar uma grande incógnita: até quando a disputa, fundamentalmente baseada na variável preço, seria sustentável para ambas as operadoras? Guerras de preços desse gênero são muito arriscadas não só para as duas prestadoras, como podem resultar também na fragilização e debilitação do segmento como um todo.

Popularizar os serviços da telefonia fixa é objetivo da Anatel, órgão regulador e responsável por aplicar as regras do programa de desestatização do setor, aprovou a guerra de tarifas travada entre a Intelig e a Embratel. “A competição é muito boa, mas quando opera em níveis incompatíveis ao custo, torna-se instrumento perigoso, já que pode provocar a saída de uma das empresas do setor. E, claro, nós não queremos isso”, afirmou o presidente da Anatel. A fim de ilustrar seu argumento, o presidente relembra o caso do Chile, quando nove das doze prestadoras quebraram devido à competição predatória.

Segundo ele, a disputa não refletia a realidade dos custos, pois as operadoras estavam trabalhando abaixo do custo mínimo. Cada prestadora tem de pagar uma taxa de R$ 0,06, por ligação, para as operadoras locais, simbolizando o uso de sua rede. Além disso, eles têm um custo fixo por chamada, de R$ 0,40, totalizando R$ 0,46 de gasto por chamada. Isto é, para cobrir os gastos e lucrar, as operadoras precisam cobrar de 50 centavos a 1 real por minuto.

Guerreiro ressaltou também que as tarifas da telefonia fixa já apresentavam uma boa disputa, chegando mesmo a atingir uma diferença de até 50% em alguns horários específicos.



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