| A preparação
para a abertura do mercado de telecomunicações, na época,
porém, não era o único motivo da guerra de preços.
Destaca-se, também que a briga fazia parte do combate à pirataria.
Os piratas cobram cerca de R$ 0,25 por minuto nas ligações
entre Brasil e EUA, em serviços de callback, por exemplo. A intenção das duas operadoras, segundo a Embratel era de recuperar o volume de ligações feitas por 70 empresas “piratas”, isto é, aquelas que oferecem ligações internacionais via sistemas de callback, que não recolhem impostos no Brasil. “A alta do dólar é um bom momento para combater estas empresas, pois o pagamento às piratas é feito em dólar”, explica. A pirataria custava ao país, na época, uma perda de receita equivalente a R$ 300 milhões anuais, dos quais 60% referentes a ligações feitas a partir de São Paulo. As operadoras queriam recuperar o dinheiro oferecendo alta qualidade durante o período promocional, em comparação com as ligações feitas por piratas; conseqüentemente, fidelizando o usuário. Conclusão O mercado brasileiro de ligações internacionais passou por algumas alterações durante o período das promoções “DDI mais barato que DDD”. O saldo da guerra entre Embratel e Intelig, em linhas gerais, foi o aumento significativo das ligações e duração média das mesmas. A Intelig conseguiu capitalizar sua marca indiretamente: com um aumento de 20% nas ligações DDD e seu número de usuários subiu de 19 milhões para 21 milhões. A Embratel reduziu em 3,3% a estimativa anual de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) por causa da rixa. Para Adriana Menezes, analista de telecomunicações do Yankee Group, a guerra de preços favoreceu a Intelig, que tinha cerca de 10% do mercado. Para a Embratel, com cerca de 90%, o aumento do tráfego durante a promoção não compensou a queda de receita. Enfim, a lógica da competição tem limite físico. No caso, ela tem justificativa, se por curto prazo, no aliciamento e na fidelização da clientela. Mas a qualquer custo? Isso varia de acordo com o benefício pretendido. Pode ser aumentar a massa de usuários cativos ou um maior poder de barganha de contratos e de parcerias da operadora com as gigantes do lado de fora (americanas, européias ou japonesas). Teria sido válido arriscar todo um segmento, como foi a guerra tarifária, à custa da possibilidade de incremento do market share? |
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