- Os canais
de distribuição podem ter variações
significativas e estabelecer uma certa resistência ao mercado
internacional. Uma empresa externa normalmente tem dificuldades para
vencer os canais existentes em alguns países que têm um
comportamento paternalístico entre fabricantes locais, distribuidores
e varejistas. Na Venezuela, por exemplo, existe apenas um importador
entre o fabricante e os grandes varejistas; já no Japão,
existem cinco intermediários entre as duas pontas. Por isso,
muitas empresas multinacionais mantêm filiais em outros países
simplesmente para distribuir seus produtos nesses países.
- A competição
em ambiente globalizado, como visto anteriormente, é um fator
tão importante em mercados externos quanto no nacional e uma
das principais preocupações tanto da logística
doméstica quanto da internacional é o reflexo dos custos
de distribuição no preço final do produto no mercado.
O fabricante nacional pode ter desvantagens consideráveis com
respeito à distribuição de seus produtos no mercado
internacional. Por exemplo, o fabricante pode achar que tem familiaridade
com o mercado externo a partir da sua experiência interna e vimos
que não é bem assim. Fatores como diferenças culturais
podem afetar a demanda ou exigir alterações (caso da BSR
Ltd.). Outro fator de desvantagem para o fabricante que produz localmente
e vende para o exterior é que, normalmente, ele enfrenta problemas
na linha de suprimento: experimenta linhas mais longas que geram maiores
incertezas para atender a demanda. Boa parte da jornada que vai da fábrica
até o mercado é geralmente feita pelo mar, e a lentidão
do transporte resulta em maior quantidade de estoque em trânsito
e no mercado externo, causando o aumento no preço do produto
no mercado (o que é justamente, uma das maiores preocupações
da logística internacional). Com isso, a competição
torna-se, de certa forma, “desleal”. Porém, essa
desvantagem pela distribuição mais cara pode ser superada
pelo estabelecimento de algumas decisões, como o estabelecimento
de facilidades de produção no país alvo.
- Quanto à
legislação governamental, é importante
lembrar que ela é um dos fatores de interferência num ambiente
logístico – módulo 3, Figura 1.3.2 – e que,
portanto, a empresa que planeja ou opera um sistema logístico
internacional tem que ter conhecimento aprofundado das regras legais
impostas pelo governo de seu mercado alvo. Também deve estar
consciente de todas as consequências que essas regras podem trazer
para a sua empresa, uma vez que essas regras podem afetar todos os aspectos
da distribuição, desde embalagens e documentação
até a escolha da localização de depósitos
e fábricas. Sem contar que existem governos que oscilam da democracia
à ditadura e que não são particularmente estáveis
e previsíveis.
Na verdade, a logística global é uma resposta à
crescente integração de mercados internacionais que, de
algum modo, permite que as empresas se mantenham competitivas.
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