As
perspectivas importantes do processo de aprender a aprender são:
- A aprendizagem
em circuito duplo possibilita que um sistema torne-se cada vez mais
inteligente. Porém, encerra um processo paradoxal, pois o aprendizado
é direcionado pelas normas ao mesmo tempo em que elas precisam
ser continuamente questionadas;
- Os administradores
precisam encontrar novas formas de gestão, considerando as tensões
geradas por esse processo de aprendizagem, para que novas normas operacionais
venham a emergir;
- O administrador,
ao facilitar o aprendizado de circuito duplo, precisa estar consciente
da importância dos limites a serem colocados nas ações.
Morgan (2002:
113) elucida a importância dos limites voltando à questão
do estabelecimento de objetivos e metas, forma muito utilizada no mundo
administrativo ocidental:
Quando tentamos
alcançar metas como estados finais, por exemplo, uma redução
de custo de 20% ou crescimento das vendas de $ 200 milhões, a meta
pode dominar a atenção e negligenciar outros aspectos chaves
de toda a situação. A atenção e a ação
tendem orientar-se para um ponto fixo no futuro e o ambiente tende a ser
manipulado de maneira que permita que a organização chegue
lá. Neste processo, surgem todos os tipos de disfunções
e conseqüências indesejadas:
- os gerentes
podem alcançar o corte de custos de 20%, mas, no processo, causar
danos irreversíveis à cultura corporativa em conseqüência
da demissão de empregados;
- o departamento
de vendas pode alcançar sua nova meta de $ 200 milhões,
mas afastar parte dos futuros clientes da companhia por entregar um
produto de segunda para cumprir prazos.
Essas histórias administrativas “de terror”
são sistêmicas. Pela ótica cibernética,
percebemos que, apesar de metas poderem apresentar intenções
nobres, a sua realização deve ser moderada (limites
às ações), evitando procedimentos perniciosos
ao se buscar alcançar fins desejados. A administração
ocidental enfoca a realização de metas, objetivos
e alvos organizacionais previamente definidos, supervalorizando
as intenções a serem alcançadas em detrimento
dos limites que guiam o comportamento.
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