Aída,
hoje com 29 anos, ingressou na empresa Alfa aos 18 anos de idade,
como servente de limpeza. Embora muito tímida, por sua simpatia
e excelente trabalho, logo conquistou o respeito, a simpatia e o carinho
de todos.
Aos 20 anos, ao concluir seu ensino médio, resolveu fazer o
curso de relações públicas, no qual teve oportunidade
de aprender técnicas de relacionamento, postura ética
e profissional, além de técnicas para diminuir a timidez.
Quando sua empresa tomou conhecimento dessa iniciativa, resolveu promovê-la
para a função de recepcionista. Foi muito bom para a
Aída, pois pôde colocar em prática tudo que havia
aprendido em seu curso. Aída tornou-se uma pessoa mais segura
e com melhor habilidade para relacionar-se com as pessoas.
Diante do sucesso de atendimento desta funcionária, a empresa
resolveu pagar-lhe um curso de inglês, no qual se saiu muito
bem. Hoje, Aída atende por telefone e recebe todos os executivos
estrangeiros que chegam à empresa e os encaminha à sala
de alta gerência.
Para
completar sua trajetória de sucesso, Aída se encontra
matriculada no 3ª semestre da Faculdade de Secretariado Executivo,
de onde sairá para ocupar o cargo de secretaria master
da empresa em que trabalha.
No exemplo
acima, percebemos pelo processo de aprendizagem da funcionária,
que esta mudou seu padrão comportamental ao mesmo tempo em
que ampliou seus níveis de competência.
O caso a seguir, embora possua mudança comportamental, nada
tem haver com aprendizagem.
Antônio Carlos, 28 anos, engenheiro químico da empresa
Lavor, especializada em tintas acrílicas, desenvolve um trabalho
de pesquisa de excelente qualidade em seu departamento.
Sempre muito apreciado por seus colegas de trabalho, chegou a ganhar
dois prêmios na área de qualidade. Embora muito apreciado
por todos, Antônio Carlos é muito tímido e, sempre
que vai a festas noturnas com seus colegas de trabalho, limita-se
a conversar com poucos e a observar o ambiente festivo.
Há
cerca de três meses, Antônio Carlos estava em sua
casa e bateu fortemente a cabeça. A partir desse episódio,
passou a ter dores de cabeça e desmaios. Os médicos
diagnosticaram um tipo de epilepsia pós-traumática,
sendo Antônio Carlos obrigado a tomar remédio controlado,
durante um ano. O paciente foi orientado a procurar o médico,
caso houvesse qualquer tipo de alteração em suas
reações.
Durante
esse período, o comportamento de Antônio Carlos mudou
muito. Segundo seus colegas, tornou-se muito agitado, falando muito
rápido e sempre que saía com o grupo queria dançar
freneticamente e beber, tendo causado, em algumas ocasiões,
pequenos atritos com pessoas nos bares e restaurantes.
Findo o prazo de um ano, fez novas avaliações médicas
sendo o remédio suspenso, o que levou Antônio Carlos
a voltar ao comportamento anterior de equilíbrio e tranqüilidade
que lhes eram próprios.
Esses
fatores vão do crescimento físico do sujeito –
quando há maturação orgânica –, colocando-o
em condições de prontidão para aprendizagem,
até as descobertas, tentativas e erros, observação
do comportamento de outrem e repetição, chegando aos
processos de ensino.
Sabemos que
a aprendizagem está relacionada à mudança de comportamento
não é mesmo? Porém, nem toda mudança de comportamento
é considerada como aprendizagem. Veja o caso
Aída e o caso
Antônio Carlos.
Percebam
que nossos dois personagens tiveram seus comportamentos alterados, mas
não pelas mesmas causas. Enquanto Aída teve seu comportamento
alterado pelos processos de aprendizagem que vivenciou, Antônio
Carlos sofreu alteração comportamental devido a um componente
químico que havia ingerido.
Num processo de aprendizagem existem diversos fatores
que nos levam a apresentar um comportamento anteriormente não apresentado.
Existem muitas discussões de teóricos sobre esses processos.
Muitas perguntas têm gerado polêmicas nesse campo de trabalho: