É importante observar, ainda segundo Gitman, que a depreciação e outras despesas que não envolvem desembolso não são incluídas no orçamento de caixa, pois representam apenas uma programação de compensações sobre despesas efetuadas no passado.

Ao analisarmos, por exemplo, na rede supermercados Pão de Açúcar/Extra, cujo principal acionista é o Sr. Abílio Diniz, se nos ativermos ao balanço da empresa observaremos uma captação de recursos, significativa em dólar dos Estados Unidos, valor captado junto ao BNDES. Esta captação, de longo prazo, enfrentou, a partir de janeiro de 1999, as diversas mudanças da taxa de câmbio, a partir da adoção do Regime de Câmbio Flutuante.

Toda vez que o dólar dispara em relação ao real, o que acontece com a dívida daquele Grupo? Automaticamente ocorre a correção da dívida; entretanto, muitas vezes a correção é puramente contábil, pois está acontecendo antes da liquidação do contrato. Em termos contábeis, o lançamento das despesas de variação cambial deverá aparecer no DRE, mas o valor ainda não passou pelo caixa. Na elaboração do orçamento de caixa só aparecem pagamentos nas respectivas datas de vencimento, e não a todo instante em que o preço da moeda externa, em relação à moeda interna, sobe ou desce. Muitas vezes, então, pode-se observar o balanço da empresa enxergar um enorme valor referente à despesa de correção cambial e, ao observar o DOAR, percebe-se que boa parte daquele valor não passou pelo caixa.



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