Nível 1: redes entre empresas

Sabe-se que a produção flexível, por meio do estabelecimento de redes não é estratégia empregada universalmente. Ela se aplica a empresas que funcionam com base em universos econômicos que lhes são externos. As redes são, portanto, característica da produção em massa flexível e verticalmente desintegrada das empresas de nichos de mercado, de alta tecnologia e de algumas subcontratadas. As redes em si variam muito, na forma de organização e no funcionamento, e dependem dos tipos de empresas participantes.

Nas empresas centrais, a rede surge em resultado da fragmentação da produção ligada às economias externas (divisão das tarefas produtivas) ou da descentralização parcial da produção em relação às economias de escala externas (separação de unidades produtivas ou terceirização de algumas tarefas). No tocante às economias externas, a perceptível divisão do trabalho está ligada ao fato de que, quanto maior a diversificação de uma empresa e mais ampla sua faixa de produtos e serviços, maior o ganho decorrente da divisão de sua estrutura produtiva e administrativa. Quanto às economias de escala externas, o objetivo da empresa, ao terceirizar parcialmente sua produção, é ganhar flexibilidade com sistema de caráter externo (o fornecimento de produtos diversificados) e, ao mesmo tempo, manter a vantagem das economias de escalas internas.

Com relação às pequenas empresas, a organização estratégica em redes permite às empresas de nichos de mercado e de alta tecnologia predominar em mercados fragmentados. No caso das subcontratadas, seus laços de dependência com as empresas de grande porte ampliam sua faixa de atividade. No entanto, as redes variam significativamente. No caso das empresas de nichos de mercado, a rede é formada por empresas de pequeno e médio porte, especialmente centralizadas e que, ao terceirizar sua produção tornam-se especializadas em diferentes estágios da produção, e desenvolvem cooperação com outras empresas sem hierarquias formais e sem relações de poder. Por meio da rede, as empresas tornam-se mais flexíveis e eficientes. A rede funciona como única unidade de produção. A organização em rede, no caso das empresas de alta tecnologia, é diferente porque não se concentra em complexos locais, porque as redes podem ser internacionais. As que incluem as empresas subcontratadas surgem principalmente com resultado da terceirização da produção das empresas de grande porte. Elas não envolvem relações de cooperação entre as subcontratadas, mas sim relações hierárquicas com a empresa subcontratante.



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