Nível 2: organização interna da produção

Com exceção das pequenas empresas subcontratadas, que utilizam tecnologia mais tradicional, todos os outros tipos de empresa incorporam tecnologia flexível. Entretanto, há uma grande variação no grau de automação que elas introduzem, nos usos da flexibilidade e nas relações entre trabalhadores e produção. Nas grandes empresas que implementam a flexibilidade técnica, a tendência para a automação total leva a formas neotayloristas de organização, ou seja, mantendo uma separação entre trabalhador e processo de produção. A Fiat, por exemplo, utiliza esse modelo de produção.

Nas grandes empresas que implementam a desintegração vertical e a produção em massa flexível, a introdução da flexibilidade deixa bastante espaço para manobras e para o envolvimento dos trabalhadores. E está, portanto, ligada a uma organização flexível do trabalho, como é o caso do setor automobilístico japonês.

No caso das pequenas empresas de nichos de mercado, o uso de novas tecnologias combinado com organização flexível do trabalho proporciona mais oportunidades para responder melhor a mudanças na demanda. Esse modelo também abre caminho para a entrada das empresas de alta tecnologia em novos mercados. A organização da produção assume a mesma forma das empresas que implantam a desintegração vertical e a produção em massa flexível.

Em contrapartida, o uso relativamente pequeno de novas tecnologias, aliado à falta de cooperação mútua por parte das empresas subcontratadas, bloqueia o acesso aos mercados e limita as possibilidades de produção por encomenda. Apesar disso, a organização – flexível da mão-de-obra que se baseia principalmente na capacidade técnica dos trabalhadores, no uso intensivo da mão-de-obra e em estrutura administrativa menos hierárquica – também permite às empresas subcontratadas responder rapidamente a variações na demanda.

A variedade de aplicações da organização flexível da produção não está relacionada apenas com os diferentes tipos de empresa, mas também com a possibilidade de combinar os diferentes tipos de produção na mesma unidade, segundo os tipos de produto, os mercados correspondentes e o estágio de produção. A Renault, por exemplo, com os objetivos específicos de fabricar peças montadas em lotes pequenos e médios (como as caixas de câmbio HGV), garantiu qualidade melhor; e reduziu os custos diminuindo o tempo de transferência; eliminou o processo clássico de transferência e criou as oficinas flexíveis, que contam com sistema totalmente automatizado para transportar ferramentas e peças para as máquinas de montagem.

A Matsushita, empresa japonesa que fabrica aparelhos eletro eletrônicos, dotou a combinação de linhas de produção a seguir: Exemplo



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