Nível 3:
Mercado de trabalho
As estratégias
relativas ao mercado de trabalho (contratos salariais, jornada de trabalho
etc.) também variam de acordo com o tipo de empresa. Essas estratégias
já foram classificadas em escala que vai de grande flexibilidade
(reajuste livre dos contratos salariais regulados pelo mercado) até
flexibilidade bastante limitada (contratos salariais rígidos regulados
pela sociedade).
Nas empresas de grande porte, a negociação flexível
do contrato salarial, no contexto neoliberal, é encontrada nas
fábricas totalmente automatizadas, de empresas com flexibilidade
técnica. Por outro lado, nas empresas que implementam a desintegração
vertical e a produção em massa flexível, o envolvimento
dos trabalhadores implica flexibilidade marginal nos aspectos de mercado.
O emprego vitalício dos trabalhadores multiespecializados das empresas
japonesas é o exemplo clássico de um mercado de trabalho
relativamente inflexível.
No que se refere às pequenas empresas, o mercado de trabalho é
mais flexível entre companhias de alta tecnologia e subcontratadas,
regulado por oferta e procura; é mais inflexível nas empresas
de nichos de mercado, regulado coletivamente pela sociedade em que se
inserem.
Nas empresas de alta tecnologia, a flexibilidade tem relação
com a movimentação livre da força de trabalho altamente
especializada, enquanto, nas empresas subcontratadas, sua relação
é com o nível de emprego mais baixo e com o emprego temporário
e de meio período criado pela demanda flutuante.
Entretanto, é raro que uma única estratégia seja
implantada, em sua totalidade, no mercado de trabalho. Em geral, há
uma combinação das estratégias relativas às
variações entre unidades de produção e estágios
de produção de uma empresa e entre níveis de especialização
dos trabalhadores. No contexto das relações industriais
entre empresas, por exemplo, a introdução de novas tecnologias
e novos sistemas de organização da mão-de-obra tem
influenciado diretamente nas habilidades dos trabalhadores e criado uma
dualidade nas relações trabalhistas. Os antigos artesãos
ou técnicos especializados (o aalfaiate, no setor de roupas prontas,
por exemplo) perderam o status de especialistas, enquanto as funções
dos operadores, dos programadores e do pessoal de manutenção
de máquinas computadorizadas aumentaram o seu. |