Qualificação X competência

Nesse sentido, o discurso desloca-se da perspectiva da qualificação para a perspectiva da competência do trabalhador. A ênfase no saber do indivíduo, bem como em sua criatividade, autonomia, e na expectativa de sua colaboração, são as temáticas que se colocam hoje no campo da formação profissional em todo o mundo.

O modelo de organização industrial, ao adotar a regulação do trabalho e o monitoramento para alcançar a eficiência e eficácia do sistema, coloca a capacitação dos trabalhadores como um evento a ser regulado. O fordismo desenvolveu um sistema de produção com intenso planejamento e racionalização no uso de recursos, principalmente dos recursos humanos. O objetivo da capacitação era a aquisição de know-how pelos trabalhadores. MALVEZZI chama este processo de “regulagem da competência profissional” que é adquirida por meio de atividades desenhadas para ensinar os procedimentos ao funcionário e adestrá-lo nas habilidades que estes requerem. Nessa perspectiva o trabalhador foi assumido como um ser fragmentado em habilidades e traços de personalidade: perfis profissiográficos definem o padrão das condições pessoais para o trabalho, ou seja, o conjunto de requisitos exigidos de um indivíduo para a realização de uma tarefa.

A intensiva utilização e disseminação da tecnologia no setor produtivo, nos serviços e na indústria cultural implicam a necessidade de um trabalhador mais capacitado para lidar com a complexidade decorrente de incessantes inovações tecnológicas. O conhecimento das pessoas exerce o papel de força produtiva, constituindo-se em decisivo fator de produtividade e competitividade.



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