ZARIFIAN, P. (2001), expoente da corrente francesa que enfatiza a vinculação entre trabalho e educação, propõe outra formulação para o conceito de competência voltado para a mudança de atitude social do homem em relação ao trabalho e à organização. Segundo o autor, há um conjunto de formulações que se complementam para a construção do processo de Gestão de Competências

Em uma primeira abordagem, considera a competência como a tomada de iniciativa e de responsabilidade do trabalhador frente às situações profissionais.

“(...) é tomar iniciativa, é assumir responsabilidades frente a situações de trabalho complexas, [aliado] ao exercício sistemático de uma reflexibilidade no trabalho".

Para ZARIFIAN, "essa formulação enfatiza o que muda fundamentalmente na organização do trabalho: o recuo da prescrição, a abertura de espaço para a autonomia e automobilização do indivíduo. A competência ‘é assumida’, resulta de um procedimento pessoal do indivíduo, que aceita assumir uma situação de trabalho e ser responsável por ela (...) Tomar iniciativa é uma ação que modifica algo que existe, que introduz algo novo, que começa alguma coisa, que cria. (...) Essa invenção não é absoluta. Mobiliza, sempre, conhecimentos pré-existentes”.

Para ele a competência também é tratada como responsabilidade do empregado sobre as situações profissionais com as quais ele lida:

“(...) a responsabilidade é, sem dúvida, a contrapartida da autonomia e da descentralização das tomadas de decisão. Não se trata mais de executar ordens, mas de assumir a responsabilidade pela avaliação da situação, pela iniciativa que pode exigir e pelos efeitos que vão decorrer dessa situação" (ZARIFIAN, P. :2001).



Copyright © 2010 AIEC.