Em
1997 estabeleceu-se parceria entre a universidade de Marseille (França)
e o Governo Brasileiro por meio do IBICT/INT/UFRJ, sendo então
firmado e organizado o primeiro Curso de Inteligência Competitiva
do Brasil, que ocorreu no Rio de Janeiro. No início o curso tinha
apenas o objetivo de ter um Serviço de Informação
Tecnológica eficiente que buscasse uma resposta adequada às
necessidades das empresas brasileiras.
Desde 1999 vem sendo realizado o Workshop Brasileiro de Inteligência
Competitiva e Gestão do Conhecimento, com o apoio sistemático
da FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos). Em abril de 2002 foi fundada
a ABRAIC (Associação Brasileira de Analistas de Inteligência
Competitiva) (www.abraic.org.br).
A pesquisa
Panorama brasileiro de Inteligência Competitiva,
realizada em 2002 e coordenada pela Dra. Vania Lena Ribeiro Pinheiro,
do IBICT, foi realizada com 19 empresas selecionadas entre as 500 maiores
empresas divulgadas pela Revista Conjuntura Econômica em
agosto de 2000. Das 19 respondentes, 18 empresas confirmaram a existência
de monitoramento de informações estratégicas para
a tomada de decisão.
Embora a
IC, como atividade estruturada, seja recente no país, muitas empresas
brasileiras e atuantes no Brasil adotaram suas ferramentas e implantaram
um SIC: Embraer, Petrobrás, Citrovita Industrial, Bando do Brasil,
GE Healthcare, Alcoa Alumínio, Souza Cruz, Grupo Aeromot, Sina
Cosméticos, Gafisa, são algumas delas.
A Revista
Competitive Intelligence Magazine (CIM), editada pela SCIP, publicou
em 2002 um artigo intitulado “Brazil has opened his eyes to
CI” (Tradução: Brasil abriu seus olhos para Inteligência
Competitiva) em que constatava que no campo da IC “são líderes
e não seguidores.”
Outro fato notório é o sensível aumento do número de literatura especializada no tema. Pesquisas estão sendo feitas. Teses defendidas. Tudo para ampliar o necessário embasamento teórico que a atividade precisa. Aliás, podemos afirmar que os bons exemplos que temos em Inteligência Competitiva no país vem daquelas organizações que contam com profissionais altamente capacitados e com forte embasamento teórico nessa área. Nessas empresas, fica claro que é muito importante para um time de IC contar com pessoas qualificadas, que conheçam muito bem a empresa, seus produtos e serviços. É preciso também contar com pessoas que tenham bom relacionamento interpessoal para transitarem com elegância nas diversas áreas da organização, seja ela qual for o tamanho. Além disso, vale lembrar que esses profissionais devem ser também curiosos, que sigam uma lógica sensata de pensamento, disciplinados, criativos, que mantenham seus conhecimentos constantemente atualizados e que saibam trabalhar em equipe. Tudo isso acontece por que há um “ambiente propício para o compartilhamento e a disseminação de informações” (Miller, 2002).
Ao praticarem com excelência a atividade de IC, essas empresas se destacam nos seus mercados e se sobressaem com as características de uma empresa competitiva e por isso alcançam grandes resultados e total eficácia em seus planejamentos.
Paulo Júnior
Membro efetivo da ABRAIC – Associação Brasileira dos Analistas de Inteligência Competitiva
http://paulojunior.net/o-panorama-da-inteligencia-competitiva-no-brasil-2009/
Acesso em 13 dez. 2010 – 9h10
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