Resumo

A restrição dos recursos, frente a desejos ilimitados, faz o consumidor enfrentar dificuldades na decisão de consumir (orçamento disponível insuficiente, poucas informações sobre os bens de consumo e influências diversas podem alterar seu padrão de preferência etc.)

A teoria microeconômica estuda o comportamento do consumidor racional (busca maximizar seu bem-estar) e explica, de forma sistemática, como a unidade consumidora define seu plano de consumo pela teoria ordinal do comportamento do consumidor.

Os benefícios vindos do consumo são chamados de utilidade.

Supõe-se que um indivíduo racional seja capaz de informar, em uma pesquisa, se os benefícios provenientes de certa combinação de produtos são preferíveis em detrimento de outros. As restrições orçamentárias informam quanto os consumidores estariam dispostos a dispender, no máximo, ao consumir cada cesta de bens (utilidade total). Torna-se possível, assim, ordenar as preferências do consumidor e mensurar o quanto aumentaria sua utilidade total, ao acrescentar mais um item à sua cesta de bens (utilidade marginal).

Com base nesse experimento, observa-se que cada incremento sucessivo reduz a sua utilidade; portanto, a utilidade marginal declina (Lei dos rendimentos decrescentes).

Caso o consumidor prefira trocar um bem por outro, mesmo que de preços diferentes, ajustará suas escolhas até que as utilidades marginais sejam proporcionais aos preços. As utilidades marginais por valor gasto serão iguais (Lei dos benefícios marginais equiproporcionais).

A diferença entre o que efetivamente se paga e o que se estaria disposto a pagar é chamada excedente do consumidor e fornece medida dos benefícios de troca no mercado daquele bem para o consumidor.

Buscando analisar a relação entre as escolhas e as mudanças de preços, os economistas desenvolveram as curvas de indiferença. Nelas, são dispostas as combinações de bens a que o consumidor é indiferente ou que lhe proporcionam a mesma satisfação.

Colocadas em gráfico, as curvas de indiferença se assemelham a curvas de nível: quanto mais elevadas as linhas, maior a satisfação obtida pelo consumidor. O conjunto de curvas de indiferença chama-se mapa de indiferença.

Por definição, as curvas de indiferença não se cruzam; são negativamente inclinadas e convexas em relação à origem.

A convexidade em relação à origem deve-se ao fato de que se o consumidor quiser aumentar a quantidade de um bem mantendo a satisfação (mesma curva de indiferença), apenas será possível reduzindo a quantidade de outro. As quantidades variam sempre em sentidos opostos – portanto, com sinais contrários. Resulta na relação com sinal negativo e decrescente. A mensuração dessa relação, quando as combinações entre os bens se modificam, remete ao conceito de Taxa Marginal de Substituição.

O orçamento do consumidor e os preços dos bens relacionados são denominados Linha de Preços, Linha de Orçamento ou ainda Restrição Orçamentária. Representa objetivamente a decisão do consumo e mostra, dados os preços das mercadorias, o orçamento que o consumidor dispõe para os gastos. É indicada por uma linha reta (relação de preços dos bens constante no período analisado) e tem declividade negativa.

Ao ser interpretado o mapa de indiferença do consumidor e a sua restrição orçamentária, define-se o ponto de equilíbrio do consumidor, o lugar onde o consumidor maximiza o seu bem-estar dentro das limitações de sua renda. Este é o ponto em que a reta de restrição orçamentária tangencia a curva de indiferença mais elevada do mapa de indiferença.



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