A abordagem de questões microeconômicas em mercados competitivos parte de uma série de hipóteses teóricas nunca observadas simultaneamente no mundo real. São elas:

  • Todos os produtos concorrentes são idênticos (um Volkswagen é idêntico a um Monza, os programas da TV Globo são idênticos aos da TV Record etc.);
  • Só existem microempresas e compradores individuais no mercado (a Nestlé e o Pão-de-Açúcar não existiriam);
  • Não há sindicatos, cartéis, empresas estatais, barreiras alfandegárias (o contrabando é legal), tabelamento de preços, salário-mínimo, patentes, racionamento, propaganda, dumping, lockout, greves, reserva de mercado etc., nem quaisquer mecanismos que impeçam o livre funcionamento dos mercados;
  • Livre iniciativa: qualquer firma pode ser aberta para concorrer com uma Petrobrás, um Banco Itaú ou uma Brown Boveri;
  • Todas as informações sobre o mercado estão disponíveis e o futuro é plenamente previsível (isto é, todos possuem "bolas de cristal");
  • Não existe inflação.

Não obstante a irrealidade dessas assertivas, suas conclusões poderiam, pelo menos, servir de respaldo e incentivo à iniciativa privada.

Mas isso não ocorre. Com efeito, uma das decorrências do modelo matemático - geralmente despistada - é que, em longo prazo, nenhuma firma terá lucro (embora também não venha a apresentar prejuízo).

Um resultado nitidamente desconcertante.



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