Resumo

No estudo da oferta, o produtor responde diretamente às variações do preço do produto. Portanto, estuda-se um único tipo de elasticidade: a elasticidade-preço da oferta.

A elasticidade-preço da oferta é calculada por meio da variação percentual na quantidade ofertada do bem X em relação a uma variação percentual no seu preço, tudo o mais constante. Mede, assim, a sensibilidade dos produtores às alterações nos preços.

A elasticidade-preço da oferta pode ser calculada para apenas um dado preço e uma certa quantidade; ou seja, em um ponto (A):

Ou em um intervalo entre dois pontos (AB), denominado arco (AB). Considerando então as médias de preços e de quantidades dos pontos,

ocorre:

Assim como a demanda, a oferta é classificada com relação ao preço, em módulo: elástica para coeficientes maiores do que um (> 1), de elasticidade unitária para coeficientes iguais a um (= 1) e inelástica para coeficientes menores do que um (< 1).

O grau de elasticidade-preço da oferta pode ser afetado: pelo tempo (impacta a capacidade de resposta dos produtores); pelos preços dos insumos (impacta nos custos e na realocação dos recursos de produção), pela capacidade do setor (ociosidade de fatores viabiliza aumento da oferta sem maiores custos): pela capacidade de armazenagem (evita flutuações sazonais da oferta).

O ônus da tributação pode recair em maior ou menor intensidade sobre consumidores e produtores, dependendo do coeficiente de elasticidade-preço da demanda e da oferta.

A demanda inelástica em relação ao preço, gera aumento maior do preço. Portanto, onera mais os consumidores em detrimento dos produtores, responsáveis apenas pelo recolhimento tributário e repasse ao governo. Quando elástica, os produtores suportam a maior parte, pois não conseguem repassar totalmente para os preços.

Na oferta inelástica em relação ao preço, o ônus tributário recai mais intensamente sobre os fornecedores, pois não conseguem anular o impacto do imposto, reduzindo a produção. Na oferta elástica, os fornecedores são menos sacrificados, pois reduzem a produção à medida que os preços (líquidos, sem os impostos) são reduzidos.

O estabelecimento de preços mínimos como política de governo visa proteger os produtores das oscilações de preços dos mercados durante o processo de produção. É comum nos mercados agrícolas, evitando o desabastecimento.

O estabelecimento de preços máximos ou o tabelamento de preços pelo governo visam proteger os consumidores, coibindo abusos por parte dos vendedores, principalmente para bens essenciais, portanto, menos elásticos. Cabe ressaltar que o tabelamento pode limitar a oferta, e quando há preços baixos, desincentiva produtores, podendo causar o desabastecimento (como nos planos econômicos Cruzado e Bresser), colocados em vigor no Brasil em 1986, mas não tendo sucesso.



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