A abordagem da cultura dominou o mundo administrativo, a partir dos anos 1980, diante do entendimento de que o administrador deve conhecer a “cultura organizacional” para definir as estratégias apropriadas ao gerenciamento de sua empresa.

O melhor exemplo desta mudança de postura foi a emergência dos movimentos da “qualidade total e de serviço ao consumidor”, predominantes nas décadas de 1980 e 90, que buscaram uma mudança cultural na administração em geral.

Mas o que aconteceu à “qualidade total”?

Ainda que estivéssemos diante de um cenário otimista, haveria certos riscos não previstos e cerca de 70% das firmas que tomaram esse novo caminho fracassaram. Por que isso ocorreu? Vamos analisar pelo menos dois grandes motivos.

1) Muitas destas iniciativas desconsideraram as estruturas consolidadas na cultura organizacional preexistente e apresentaram as novas técnicas como “soluções prontas”, que não tinham repercussão sobre as práticas individuais. Também não conseguiram substituir a lógica burocrática que dominava o velho modo de operar, tornando-se simples “técnicas” sem condições de mudar a cultura dominante e a dinâmica política que a suporta;

2) Os movimentos da reengenharia e de fortalecimento dos funcionários tiveram resultado parecido: a eficácia dependia da transformação dos padrões políticos e das atitudes organizacionais; porém, na maioria dos casos, esses movimentos não foram absorvidos pela cultura organizacional e foram “esvaziados”, sem conseguir se consolidar.



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