4 - Formas de defesa nas Organizações

Os mecanismos de defesa estão presentes em quase todas as dimensões da organização, devido à construção de realidades em que ameaças e preocupações do inconsciente das pessoas que criam as corporações são integradas no entendimento de mundo.

Esses mecanismos nos ajudam a entender as atividades diárias corporativas como a dinâmica da liderança, dos processos grupais, da ação da cultura organizacional, das relações entre a organização e seu ambiente, entre outros aspectos organizacionais.

• Mecanismos grupais de defesa - Para se proteger dos desconfortáveis aspectos do mundo real, pessoas ou grupos, por vezes, voltam aos comportamentos infantis. Quando surgem problemas que desafiam a dinâmica coletiva, o próprio grupo tende a redirecionar suas energias para se proteger das tensões geradas pela nova situação.

Wilfred Bion, defensor dessas ideias, argumenta que, em situações de ansiedade, os grupos tendem por um dos seguintes tipos de defesa: dependência de uma liderança, emparelhamento e luta-fuga.

Dependência de uma liderança – Alguns grupos sentem necessidade de algum tipo de liderança para resolver dificuldades surgidas em situações de ansiedade. Assim, o grupo desvia sua atenção dos problemas para a idealização desse líder, por se sentirem incapazes de lidar com as dificuldades. O líder vê-se frente a um nível de exigência exacerbado pois:
• herda situações difíceis porque sua existência pode estimular a inércia dos demais membros;
• precisa responder ao fantasioso perfil desenhado por um grupo que projeta desejos pessoais na figura do líder;
• falha, geralmente, por não atender as expectativas das pessoas.

Se ele ou ela fracassa, imediatamente outra pessoa, normalmente um dos membros menos capazes do grupo, se apossa desse cargo.

Assim, os problemas continuam e um ciclo vicioso se estabelece, resultando em lutas e separações no interior do grupo. A dinâmica coletiva se estagna diante de ações fraudulentas que dividem o grupo e substituem a ação real.
O grupo também pode voltar sua energia para um símbolo antigo, numa atitude saudosista de tempos passados ao invés de encarar os desafios atuais.



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