Na linguagem cotidiana, deparamo-nos
com inúmeras expressões como:
cheque-caubói
cheque-borrachudo
cheque-procissão
manga-espada
manga-coração-de-boi
Nos exemplos,
fica clara a comparação subjetiva, que depende do contexto
e da experiência do leitor. Alguns leitores, por exemplo, podem
ter dúvidas quanto a um dos exemplos acima (cheque-caubói,
por exemplo, que faz alusão à ideia de “se não
sacar rápido, dança”; ou cheque-borrachudo,
o que “bate e volta” ou cheque-procissão,
aquele que “dá uma volta na praça e volta”).
Diante de fatos e coisas novas, que não fazem parte da sua
experiência, o homem tem a tendência de associar esses
fatos e essas coisas a outros fatos e coisas que ele já conhece.
Em vez de criar um novo nome para um peixe, ele o associa a um objeto
da sua experiência (espada) e passa a denominá-lo peixe-espada.
O mesmo acontece com peixe-boi, peixe-zebra, peixe-pedra, etc. (Se
quiser fazer uma experiência, abra o dicionário na palavra
"peixe" e verá quantas expressões são
formadas a partir desse processo.)
Muitos
verbos também são utilizados no sentido metafórico.
Quando dizemos que determinada pessoa "é difícil
de engolir", não estamos cogitando a possibilidade de
colocar essa pessoa estômago adentro. Associamos o ato de engolir
(ingerir algo, colocar algo para dentro) ao ato de aceitar, suportar,
aguentar, em suma, conviver.
Alguns outros exemplos:
A
vergonha queimava-lhe o rosto.
As suas palavras cortaram o silêncio.
O relógio pingava as horas, uma a uma, vagarosa mente.
Ela se levantou e fuzilou-me com o olhar.
Meu coração ruminava o ódio.
Até
agora, vimos apenas casos de palavras que assumiam um sentido metafórico.
No entanto, existem expressões inteiras (e até textos
inteiros) que têm sentido metafórico, como:
ter
o rei na barriga: ser orgulhoso, metido
saltar de banda: cair fora, omitir-se
pôr minhocas na cabeça: pensar em
bobagens , pensar em tolices
dar um sorriso amarelo: sorrir sem graça
tudo azul: tudo bem
ir para o olho da rua: ser despedido, ser mandado
embora
Como
se pode perceber, a metáfora afasta-se do raciocínio lógico,
objetivo. A associação depende da subjetividade de quem
cria a metáfora, estabelecendo uma outra lógica, a lógica
da sensibilidade.
Fonte:
http://www.colegioweb.com.br/portugues
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