Então, analisando o texto por partes:

1. O texto trata do quê? Inicialmente, o autor do texto utiliza recursos para estabelecer relações de sentido entre o título de seu texto e as ideias que vai explorar em seguida. Também utiliza recursos para expor seu ponto de vista, ou determinada evidência (ou seja, estabelece relações entre a tese e os argumentos ou evidências que a explicam).

O autor inicia seu texto com uma abordagem acerca da discussão entre os domínios “público” e “privado”, apresenta uma possível explicação para o interesse por esse assunto e também coloca que esse fator de interesse não é decisivo na atualização do debate.

Observe isso no primeiro parágrafo:


DO PÚBLICO E DO PRIVADO

A discussão sobre os limites do domínio público e do domínio privado ocupou um lugar quase inusitado nos debates da atualidade. Podemos, é claro, atribuir esse interesse à perspectiva, agora frustrada, da revisão da Carta Constitucional, que implicaria a possibilidade de redefinição do papel do Estado e, consequentemente, do que se convencionou chamar de sociedade civil. Mas a simples possibilidade de rever a Carta Magna não parece ser um fator decisivo para tornar esse debate tão atual.

2. Depois, o autor apresenta, já no segundo parágrafo, outra explicação para a necessidade ou interesse por este debate, relacionando isso à breve análise sobre as modificações ocorridas entre as fronteiras destes domínios, as transformações nos parâmetros (a partir de novas relações econômicas, novas formas de organização na sociedade pós-industrial) e as obrigações do Estado.

Veja a construção do segundo parágrafo:


Talvez seja mais sensato admitir que, nos últimos anos
, e isso não somente no Brasil, mas em boa parte das sociedades industrializadas, as fronteiras entre o público e o privado se modificaram de forma radical, transformando os velhos parâmetros, que estabeleciam as obrigações e limites do Estado, em peças arcaicas de uma época que não conhecia as novas relações econômicas, nem as novas formas de organização nas sociedades pós-industriais.



Copyright © 2009 AIEC